Estudantes aproveitaram a palavra na audiência pública para discutir Obras e o Transporte Público na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, nesta segunda-feira (27), para criticar o transporte campista. Neste mês, o movimento estudantil já havia realizado um protesto em frente à Prefeitura de Campos. Apesar do tema, os secretários responsáveis pelas respectivas pastas não estiveram presentes.
Mário Sérgio, representante da Federação dos Estudantes de Campos, lembrou promessas de campanha feitas pelo prefeito Wladimir Garotinho e afirmou ser inadmissível aceitar a qualidade do transporte na cidade atualmente.
“Na sua promessa de campanha, o prefeito afirmou que voltaria com a tarifa social do ônibus a um real, mas estamos no quarto ano de mandato e a promessa não foi cumprida. É pela ausência dessas políticas públicas que a vida do estudante e também do trabalhador é afetada. Observamos que essas frotas de ônibus são sucateadas. Uma cidade com esse porte, é inadmissível ter um transporte tão sucateado”, afirmou Mário.
Outro ponto destacado pelo estudante foi o serviço oferecido na cidade vizinha, Macaé.
“Macaé também recebe royalties e é muito mais desenvolvida que a nossa cidade nesse aspecto. Eles têm o cartão social, a população não reclama do transporte. Campos, com uma arrecadação muito maior, não aplica isso. É necessário rever essas políticas”, concluiu.
Já Paula Barreto, que estava representando a União da Juventude Socialista, revelou que a lei do passe livre não é respeitada na cidade e pediu para que o município olhe para os estudantes.
“A gente entende que o nosso município precisa de um projeto de desenvolvimento que também pense nos estudantes. Em todo momento que a gente vai nas escolas e conversa com a juventude, percebe que muitos deles não toleram mais ficar 1 hora no ponto de ônibus, muitas vezes sendo ignorados por ônibus e vans. Não vamos tolerar mais que a classe estudantil tenha que passar por situações como essa”, iniciou.
Paula também conta que a classe ainda não recebeu uma resposta plausível da prefeitura
“200 estudantes na porta da Prefeitura falando a mesma coisa, e só protegem o IMTT. Estamos esperando uma resposta do prefeito. Inclusive pedimos também para que seja pago o combustível desses ônibus e vans, porque não estão respeitando a lei do passe livre por esse motivo. É absurdo o que fazem com os estudantes, o IMTT não nos escuta e a prefeitura também não.”
Solução?
Nos últimos meses, a reportagem do Manchete RJ vem publicando matérias com diversos problemas, como falta de acessibilidade, rotas polêmicas e até dívidas no transporte público campista. Para tentar reverter a situação, o projeto PAC Seleções irá contemplar a cidade com R$ 540 milhões para aquisição de “ônibus verdes”. Nossa equipe detalhou como irá funcionar o programa. Confira AQUI.
Audiência vazia
O presidente da Câmara, Marquinho Bacellar, lamentou a baixa presença de público e também dos secretários na audiência.
“Mais uma vez, lamento a baixa presença da população e também das sociedades organizadas que tanto cobram da gente. Eu esperava a casa cheia. Outra coisa que me causa estranheza é o Secretário de Obras e o presidente do IMTT não estarem presentes. Eles deveriam estar aqui”, disse Marquinho.