
Os setores de inteligência das Secretarias de Segurança Pública e de Administração Penitenciária (Seap) já sabem que uma aliança entre as duas maiores facções criminosas do país foi efetivamente firmada, segundo apurou a equipe de reportagem do g1.
A confirmação de dados de inteligência – que vinham sendo produzidos nas últimas semanas – se deu nesta quarta-feira (26), depois que 37 presos do Primeiro Comando da Capital (PCC) solicitaram transferência para cadeias que abrigam criminosos do Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro.
Desde o último dia 11, circulam nas redes sociais vários comunicados para que os ataques entre as quadrilhas cessassem, já que um acordo vinha sendo costurado.
União criminosa
Para os órgãos de segurança, o pedido de transferência confirma a reaproximação das duas organizações criminosas depois de nove anos de disputas, que começaram na fronteira do país com o Paraguai, em 2016.
Em junho daquele ano, numa empreitada que contou com bandidos das duas quadrilhas, o traficante Jorge Rafaat Toumani, de 56 anos, foi fuzilado com tiros de ponto 50 na cidade de Pedro Juan Caballero. Com a eliminação do Rei da Fronteira, o PCC passou a controlar a rota e não facilitou para os bandidos cariocas.
Nos meses seguintes o que se viu foram banhos de sangue, principalmente dentro de cadeias de Manaus, Boa Vista e Porto Velho, resultando em quase uma centena de presos executados – muitos deles decapitados.
Essas sangrentas batalhas dentro de presídios do Norte do país há quase uma década, aliás, dificultaram e atrasaram em algumas semanas o acordo firmado agora.
*Com informações do G1