A delegada licenciada Madeleine Dykeman, responsável pela investigação que culminou na prisão do pai de Santo L.M.O.S., ocorrida na manhã desta terça-feira (11), informou ao Manchete RJ detalhes do caso. Experiente, Madeleine classificou o caso como “um dos mais repugnantes e mais complexos” que já investigou.
De acordo com a delegada, as mulheres eram filhas de santo do abusador. “Elas foram abusadas sobretudo em sua fé. Esse é o verdadeiro caso do João de Deus em Campos. Ele abusava da vulnerabilidade dessas pessoas, que viam nele um pai, um protetor, um guia espiritual. Muitas vítimas estavam afastadas das suas bases de apoio, do seu núcleo familiar e tornaram o grupo espiritualista o seu verdadeiro lar”, destacou Madeleine.
A delegada descreveu detalhes chocantes sobre como o homem se aproveitava da sua posição para cometer os abusos. “Se valendo da sua condição de guia espiritual ele fazia as vítimas acreditarem que elas tinham um problema de cunho sexual e por isso ele ameaçava e imprimia na cabeça delas que elas precisavam dessa cura espiritual e essa cura só viria através de um ato sexual praticado por ele”, detalhou a delegada.
De acordo com os fatos apurados na investigação, as vítimas ficaram caladas por muito tempo com medo do acusado. As mulheres foram coagidas a ingerir drogas e álcool nos supostos rituais. “Nesses rituais ele oferecia cachaça e cocaína às vítimas e praticava todo tipo de abuso sexual com elas, as deixando ainda mais vulneráveis. e elas se calavam com medo dede, medo da exposição e também medo de sofrer algum mal de cunho espiritual, com isso ele se beneficiava do silêncio dessas pessoas”, destacou a delegada Madeleine.
Um fato que também chocante nesse caso, é que uma das vítimas é a própria filha do acusado. Na época, a menina era menor de idade. De acordo com a delegada, o homem jogou búzios para a filha e afirmou que uma paixão fulminante estaria chegando para ela, por ele. Ele apresentava vídeos pornográficos à menina e afirmava que era divino poder iniciar a filha na vida sexual. Ele teria praticado o ato contra a menina pelo menos cinco vezes.
As investigações tiveram início em setembro de 2022 e o homem responde por importunação sexual, curandeirismo, ameaça e estelionato.
A prisão do pai de santo aconteceu nesta segunda-feira, na casa dele, em Custodópolis, o mandado foi cumprido pela equipe comandada pela delegada titular da Deam, Juliana Oliveira.
Na parte da tarde a delegada Juliana vai conceder uma entrevista coletiva, informando outros detalhes sobre o caso.
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