
Um projeto de lei aprovado na Câmara na quarta-feira (14) derrubou o limite de dez anos de vida útil para táxis do Rio. Caso o PL de autoria da vereadora Vera Lins (Progressistas) seja sancionado por Eduardo Paes (PSD), taxistas não serão mais obrigados a fazer a permuta, como é chamada a troca de carros. Atualmente, dos 33 mil táxis da capital, cerca de 14% têm esse tempo de duração. A proposta é que os táxis mais velhos passem por uma vistoria anual presencial, que teria a finalidade de verificar os itens de segurança, além da conservação e estado do veículo.
Nas ruas, a decisão dos vereadores já dá o que falar. Por um lado, usuários temem que haja queda na qualidade do serviço com o envelhecimento da frota; por outro, taxistas torcem pela queda na obrigatoriedade devido aos altos custos de automóveis.
O valor de um carro novo ou seminovo está muito alto. Eu lembro que, muitos anos atrás, não existia vida útil determinada para uso. O carro era avaliado por seu estado de conservação e não por idade. Meu carro (um Siena Sedan) tem nove anos e está em perfeitas condições. Se a decisão for vetada, vou ter que trocar, diz Manoel Alves, de 70 anos e com 42 de trabalho como taxista.
Desde 2013, as regras sobre a vida útil de veículos usados como táxi do Rio sofrem alterações. Onze anos atrás, na primeira gestão de Eduardo Paes, ela era de seis anos; depois, na gestão de Marcelo Crivella, passou para oito anos. Em 2023, no pós-pandemia, os prazos foram estendidos e por conta da crise desencadeada pela pandemia foi permitido, pela Secretaria municipal de Transportes, que carros fabricados entre 2010 e 2013 ingressassem no Serviço de Transporte Individual de Passageiros em Veículos de Aluguel a Taxímetro.
A cidade tem 33 mil táxis. Segundo Alan Ramos, diretor do Sindicato de Taxistas Autônomos do Rio, 4.800 veículos estão perto da faixa dos dez anos.
Há pouco tempo, esses taxistas (que se aproximam do prazo) solicitaram a mudança nas regras porque não tiveram condições de trocar o veículo. Hoje, existe a concorrência com os carros de aplicativo e muita gente não conseguiu se recuperar do baque financeiro da pandemia. O sindicato apoia o projeto de lei, mas ressalta a necessidade de vistoria dos veículos acima de dez anos para que a frota continue rodando em boas condições, diz o diretor.
*Com informações do jornal EXTRA