
Eduardo Cardoso, marido de Eliana Tavares, e pai de Carlos Eduardo Aquino, que atropelou e matou a própria mãe, foi ouvido nesta quinta-feira (12), em juízo. Foi a primeira vez que ele falou em público sobre o ocorrido na noite em que a esposa morreu. Logo no início do depoimento, Eduardo se emocionou muito, ao contar a dinâmica do dia do caso. Ele disse que falou para a esposa ficar em casa, que ele ia buscá-la em casa e que estava aguardando Cadu retornar.
Ele contou que não queria emprestar o carro ao filho, porque ele estava sem carteira, e a filha, que é a proprietária do carro, não queria que o emprestasse. Eduardo falou que devido a insistência, tremendo que o filho ficasse agressivo, ele cedeu. Ele disse que não percebeu nenhuma alteração do filho, que ele aparentava estar no estado normal.
Ele contou que entrou em desespero quando viu o corpo da esposa. “Eu gritava acorda, acorda, e os bombeiros vieram e falaram que não adiantava, que o médico já tinha constatado o óbito”, disse, emocionado.
Eduardo conta que foi levado pelos bombeiros para a ambulância e que não esteve mais com o filho.
Perguntado se Carlos Eduardo após o acidente aparentava estar sob efeito de drogas, o pai falou que não percebeu, que ele parecia estar em “outro mundo”. O pai disse que o filho ficava pedindo perdão e que ele pensou que era em relação ao carro, que em nenhum momento ele deu entender que a vítima era a mãe.
Perguntado pelo juiz se Eliana sofria violência por parte do filho, Carlos Eduardo afirmou que sim, e que ele inclusive chegou a se tratar com um psiquiatra, viabilizado pela Faculdade de Medicina.
Ele também relatou que o filho começou a ter atritos verbais com a mãe desde a adolescência, por volta dos 17 anos. e que as agressões físicas começaram mais tarde e que ele chegou a colocar o filho pra fora de casa em determinada ocasião.
Ameaças de morte
Perguntado pelo juiz se Carlos Eduardo já havia feito alguma ameaça de morte a mãe, Eduardo disse que sim, que por vezes, o filho disse à mãe palavras como, “Você tem que morrer, você não me dá paz, eu não tenho sossego! Por amor, ela ficava ligando, queria saber onde ele estava e isso irritava muito ele”, relatou o pai.
O pai também relatou que numa ocasião, quando ele se negou a deixar o filho ver uma conversa dele com uma ex-namorada, o filho o desrespeitou e que ele deu um tapa no rosto do filho. Cadu ainda revidou, jogando o pai em cima da cama.
Perguntado sobre temer o comportamento do filho, Eduardo disse que temia que ele machucasse a esposa, mas que nunca pensou que pudesse matá-la.
Infeliz coincidência
Perguntado pela defesa de Cadu, se o estudante tinha conhecimento que a mãe estaria na rua, Eduardo disse que não. Perguntado se ele acredita que o filho tenha atropelado a mãe de forma consciente, ele disse que acredita numa infeliz coincidência. Mas ele também afirmou que quer a verdade, sobre esse fato que destruiu a vida de toda a família.