
Em audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (09), a Justiça do Rio manteve a prisão de Carlos Eduardo Gomes Reis, cabo da PM preso por matar um jovem de 22 anos à queima-roupa na Maré, na quinta (08).
Jefferson de Araújo Costa foi morto durante um protesto na Avenida Brasil contra uma operação policial que ocorria na comunidade. O cabo Carlos Eduardo foi preso em flagrante por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
Na audiência desta sexta, no entanto, o juiz Diego Fernandes Silva Santos concordou com a argumentação do Ministério Público de que há elementos para uma tipificação mais grave, como homicídio qualificado – o que deve ser ajustado quando o MP finalizar a denúncia do caso, segundo apurou a TV Globo.
O homicídio qualificado é um crime hediondo, considerado mais grave do que o homicídio simples e com penas mais severas. Na decisão, o juiz cita que há o perigo da liberdade devido a “fatos delituosos, em tese, hediondos, cometidos com violência grave”.
“A gravidade concreta do crime e periculosidade do agente justificam a necessidade de decretação do encarceramento cautelar noticiado, como garantia da ordem pública”, diz o juiz.
Imagens que circulam na internet mostram o momento em que o cabo aborda o morador e faz um movimento com o fuzil como se fosse acertar Jefferson com o cano. A arma dispara, e um tiro acerta a barriga da vítima.
O policial vai embora sem prestar socorro.
Jefferson participava de um protesto e, nas imagens, aparenta estar desarmado. Não dá para ver qualquer ataque dele ao PM. Ele tinha 24 anos e, segundo familiares, tinha problemas psiquátricos e era usuário de drogas.
Em depoimento, o policial alega que Jefferson tinha uma pedra na mão, o que a família da vítima nega.