
O depoimento de Gleidson Costa, como testemunha na CPI das Pirâmides Financeiras, realizado na noite desta terça-feira (03), na Câmara dos Deputados, em Brasília, foi marcado por questionamentos sem resposta. Quando teve a oportunidade de esclarecer aos investidores que fecharam acordos com a empresa na qual trabalhava, o trader preferiu permanecer em silêncio na maioria das vezes.
O relator da sessão, deputado Ricardo Silva, do PSD-SP, foi o primeiro a interrogá-lo. Todavia a primeira pergunta contou com a resposta mais utilizada por Gleidson durante todo depoimento: “Me reservo o direito de ficar calado”.
Na ocasião, o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), o respondeu dizendo que ele só tinha o direito de se manter calado no que o auto incriminar, já que estava presente na condição de testemunha.
Assim, Gleidson começou o depoimento se qualificando como analista de gráficos. Todavia, as perguntas foram paralisadas novamente pois o depoente se negou a responder mais um questionamento.
O presidente da sessão, Aureo Ribeiro, assumiu a palavra novamente e alegou que se o mesmo não respondesse a pergunta, caberia à presidência fazer uma representação com Ministério Público Federal (MPF).
O depoimento acabou sendo interrompido durante o tempo devido a controvérsias da advogada de Gleidson, Alessandra Pereira, com os demais deputados presentes, alegando que ele tinha o direito de se manter calado, para evitar que o seu cliente citasse pontos sem conhecimentos, que poderiam fazer com que ele se tornasse um acusado.
Após o deputado ler a constituição da república e expor que o mesmo responder fatos que eventualmente presenciou, o trader citou empresas que ele trabalhou, entre elas a Grow Up, na qual ele era sócio junto a mais 3 pessoas e atualmente é o dono.
A sede dessa empresa fica localizada em Campos dos Goytacazes, e o endereço dela também foi alvo de polêmicas no depoimento. Gleidson afirmou, ao ser perguntado, que a sede ficava na Rua Doutor Beda, mas não sabia precisamente qual era o número do local de trabalho.
Perguntas que não quis se manifestar
- “A Grow Up parou de pagar seus clientes desde dezembro de 2022?”,
- “O que a empresa vendia?”,
- “Por quê não pagou os rendimentos prometidos, uma vez que alega de liquidez para isso?”
- “Quantas pessoas a empresa deve?”
- “Qual valor da dívida?”
Para esses questionamentos citados, Gleidson preferiu se reservar ao direito do silêncio.
O depoente também fez questão de negar qualquer laço da Grow Up com a empresa Braiscompany.
Quando a palavra foi dirigida ao deputado Caio Viana (PSD-RJ). O ex-candidato a prefeito de Campos trouxe à tona o não comparecimento de Gleidson quando foi convidado, o que acabou resultando no pedido de condução coercitiva com acompanhamento da Polícia Federal.
O trader alegou que só recebeu um chamado no dia 29 de setembro e estava em providências para esclarecer uma resposta quanto a sua presença.
Caio Viana perguntou para Gleidson como a empresa fazia para gerar altos investimentos e ele também não respondeu. Ele disse que o companhia na qual era dono vendia cursos e conhecimentos.
Com muitas perguntas sem respostas, ou sem aprofundamento das questões abordadas, a CPI foi encaminhando para a parte final. No entanto, o deputado Caio Viana, que estava como titular, fez questão de manifestar sua opinião dizendo que o analista de gráfico, como se identificou, passou “calote” em muita gente, e que conta com a investigação da Polícia Civil, e da Câmara dos Deputados.
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