
O Manchete RJ teve acesso a dois registros de ocorrência realizados na 146ª Delegacia Policial e na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), nos anos de 2011 e 2015, respectivamente, que relatam agressões de Eduardo Aquino (marido) e Carlos Eduardo Aquino (filho) contra Eliana Tavares.
Eliana morreu na segunda-feira (28) após ser atropelada pelo próprio filho na Avenida Francisco Lamego, no Jardim Carioca, em Campos.
Registros
O primeiro caso registrado ocorreu em 2011, quando o agora estudante de medicina tinha 19 anos e a vítima do acidente, 46. De acordo com o registro de ocorrência realizado pela 146ª Delegacia Policial, Eliana estava separada de Eduardo na época e morava apenas com a filha.
Por volta das 18h30 do dia 2 de julho daquele ano, Carlos Eduardo teria ido à casa da mãe e, após um desentendimento, torceu o braço dela. No dia seguinte, o filho retornou à residência e teria afirmado que, se Eliana encostasse nele, ele a agrediria.

Em 2015, outro caso foi registrado, desta vez na Deam Campos. Uma denúncia anônima foi feita à delegacia, informando que Eliana Tavares era “constantemente espancada pelo marido e pelo filho” e estaria sendo mantida em cárcere privado. Carlos tinha 23 anos na época e a sua mãe 50.
Agentes foram ao local e confirmaram as agressões, mas negaram cárcere privado. No registro, consta que se trata de uma família envolvida em “constantes conflitos, agravados pelos transtornos psicológicos de Eliana”.
Testemunhas, como funcionárias da casa, filha e irmão da vítima, confirmaram às autoridades as agressões e os transtornos. Ao ser ouvida, Eliana afirmou que não queria registrar nenhuma ocorrência sobre as lesões causadas pela última briga com o marido.
Ela também relatou conflitos envolvendo agressões, ameaças e danos com o filho, mas não quis fazer nenhuma representação.

Nenhum dos casos envolvendo as supostas agressões terminou em prisão.
Pai investigado?
O delegado Carlos Augusto, titular da 146ª DP, informou que não descarta uma investigação também envolvendo Eduardo Aquino, pai de Cadu e marido de Eliana: “Nada está descartado, mas temos que verificar mais elementos.”
Confira a entrevista do delegado com o jornalista Arnaldo Neto na íntegra: