As mais de 400 famílias acampadas do MST deixaram a ocupação que fizeram durante a manhã na Fazenda Santa Lúcia, da Usina Sapucaia, em Campos. De acordo com o movimento, o grupo deixou o local no fim da tarde desta segunda-feira (10), “diante de ameaças de um contingente policial desproporcional”. Nossa equipe de reportagem também apurou que um dos motivos que fez a área ser desocupada foi o fato de o governo federal ter garantido que o espaço será destinado à Reforma Agrária.
As 400 famílias acampadas do MST deixaram a ocupação da Fazenda Santa Luzia, da Usina Sapucaia, em Campos dos Goytacazes, de forma pacífica diante das ameaças de um contingente policial desproporcional, incluindo mais de 20 viaturas, três ônibus e a tropa de choque da Polícia Militar, orientados a expulsar trabalhadores, crianças e idosos do terreno sob qualquer circunstância e sem a decisão judicial”, disse o MST, em nota. 
Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), ao longo do dia diversos parlamentares e representantes de órgãos públicos fizeram contato direto com o governador Cláudio Castro em busca de diálogo e negociação, incluindo a deputada estadual do Rio de Janeiro Marina do MST (PT), os deputados federais Lindbergh Farias (PT) e Jandira Feghali (PCdoB), o ministro Paulo Teixeira do Ministério do Desenvolvimento Agrário, além do Incra, do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública.
Ainda de acordo com o MST, o governador Cláudio Castro, no entanto, preferiu tratar a questão social como caso de polícia.
As áreas em questão estão em processo de adjudicação devido a dívidas superiores a R$ 200 milhões, incluindo mais de R$ 90 milhões em débitos previdenciários não pagos aos trabalhadores. Atualmente, as áreas são arrendadas pela Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), empresa do vice-prefeito de Campos, Frederico Paes, que também deve mais de R$ 3 milhões em FGTS não pago aos trabalhadores da Usina.
As famílias acampadas deixam as terras da Usina hoje com a certeza de que a luta continua e com a confiança de que as autoridades competentes se empenharão em concluir o processo de adjudicação nos próximos meses para a conquista da posse definitiva”, finalizou o MST.