O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) e a Polícia Civil assinaram um acordo de cooperação para reforçar as investigações sobre o chamado “golpe do falso advogado”, crime que vem se tornando cada vez mais frequente e sofisticado no estado. A prática tem causado prejuízos financeiros e emocionais a diversas vítimas, que são enganadas por criminosos se passando por profissionais da área jurídica.
Pelo novo acordo, a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) passa a ter acesso facilitado a informações que podem auxiliar nas investigações, como registros de IPs e horários de acesso a processos judiciais. O compartilhamento desses dados ocorrerá dentro dos limites previstos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo segurança e sigilo das informações.
O golpe costuma seguir um roteiro bem planejado. Os criminosos entram em contato com as vítimas se apresentando como advogados ou representantes de escritórios renomados. Em seguida, solicitam transferências bancárias sob o pretexto de custear taxas ou agilizar o andamento de processos. Depois do pagamento, as vítimas descobrem que caíram em uma farsa — e ficam sem o dinheiro e sem qualquer avanço judicial.
Em agosto, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) lançou uma cartilha com orientações sobre como se proteger desse tipo de golpe. A entidade alerta que advogados legítimos não fazem cobranças via mensagens de aplicativos nem solicitam depósitos em contas pessoais.
Com o acordo entre o TJRJ e a Polícia Civil, a expectativa é de que as investigações ganhem agilidade e que os responsáveis por esses crimes sejam identificados com mais rapidez, ajudando a reduzir o número de vítimas e a fortalecer a confiança no sistema de Justiça.
Relembre
O Manchete RJ publicou, no fim de abril deste ano, uma matéria especial que alertava sobre o caso. Na época, cerca de 20 boletins de ocorrência haviam sido registrados na delegacia do Centro de Campos. Os criminosos aproveitam dados públicos de processos, se passam por advogados ou por escritórios de advocacia e solicitam transferências ao enganarem as vítimas.
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