
Excesso de informações, carga excessiva de trabalho, pouco tempo para cuidar de si, e a saúde mental necessitando cada vez mais de atenção. Não é raro na mídia o registro de casos simples, que poderiam ser resolvidos com uma conversa se tornarem tragédias, como por exemplo, em 27 de fevereiro, o caso do subsíndico Vinícius, que foi assassinado pelo condômino José Renato, em Campos. A tragédia teria sido motivada por um vazamento no apartamento do autor do crime. Mas como é que surge esse descontrole?
A psicóloga Nilvia Coutinho, explica que quando notamos que não estamos bem, devemos imediatamente buscar ajuda. O primeiro passo para buscar auxílio psicológico é reconhecer que algo não está funcionando bem. Quando uma pessoa alegre e sociável se torna mais amargurada, introvertida ou até mesmo violenta, esse pode ser um sinal de que algo precisa ser tratado. Segundo Nilvia, “De modo geral, deve-se buscar ajuda quando a qualidade de vida fica comprometida em qualquer aspecto.”

Na maioria dos casos, a família também tenta colaborar, mas nem sempre é ouvida pelo paciente. “O único transtorno em que a família e os amigos conseguem de fato interferir é na depressão, porque na depressão não respeitamos a vontade da pessoa doente. Quem está com depressão muitas vezes não tem consciência do seu estado. Nos outros casos, infelizmente, vamos depender da pessoa que apresenta os sintomas”, afirma.
Como identificar os transtornos nas crianças
Para identificar problemas de saúde mental em crianças, é necessária a percepção cuidadosa dos pais, que muitas vezes não se atentam a esses sinais, e de profissionais que acompanham o desenvolvimento e a socialização das crianças na escola.
Quando esses comportamentos são identificados, devem ser tratados com a ajuda de profissionais de saúde. Segundo a psicóloga, “Crianças podem ter depressão, algo que não é muito comentado, mas elas podem sim ficar tristes e apresentar sinais de desesperança. Além disso, pode haver transtornos de conduta que são atitudes envolvendo comportamentos mais graves, como roubo, maltrato a animais, violência intencional contra outras pessoas. Ao contrário do transtorno de personalidade antissocial, que só pode ser diagnosticado em adultos”, ressalta.