
Quissamã, cidade do Norte Fluminense com pouco mais de 25 mil habitantes, segue sendo um enigma no cenário estadual. Mesmo com uma arrecadação milionária em royalties de petróleo (só em 2025 já foram R$ 53,5 milhões), o município continua entre os menos desenvolvidos do estado, de acordo com o mais recente Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que traz dados consolidados de 2023. A cidade ocupa apenas a 66ª posição entre os 92 municípios fluminenses, caindo 10 posições em uma década.
O contraste entre os recursos disponíveis e a realidade vivida pela população é evidente. Em 2023, a arrecadação com royalties chegou a R$ 164 milhões. A média mensal ultrapassa os R$ 12 milhões, o que coloca Quissamã entre os municípios com maior receita per capita do país. Mesmo assim, não há sinais de crescimento significativo em áreas como educação, saúde, infraestrutura ou geração de empregos.
Ao contrário de Quissamã, pequenas cidades brasileiras têm se destacado como exemplos de gestão eficiente e foco em desenvolvimento sustentável. Águas de São Pedro (SP), com apenas 2.780 habitantes, foi eleita a cidade mais desenvolvida do Brasil. Joaçaba (SC), com 30 mil moradores, tem PIB de R$ 2,4 bilhões e se destaca na indústria e segurança pública. Já Domingos Martins (ES), com 37 mil habitantes, transformou o turismo e a cultura em motores da economia local.
Quissamã, por outro lado, ainda não encontrou sua vocação. O município não atrai grandes empresas ou indústrias, não possui políticas claras para o turismo e carece de um projeto estruturado de desenvolvimento econômico e social. Enquanto cidades como Macaé, também da região, conseguem se posicionar entre as mais bem avaliadas do estado, com Macaé ocupando a 4ª posição no IFDM, Quissamã segue como uma promessa não cumprida.
A pergunta que fica é: como uma cidade com tantos recursos naturais e financeiros pode continuar andando em círculos?