
Na última sexta-feira (23), a diretoria do Goytacaz Futebol Clube, de Campos, causou preocupação em sua torcida após divulgar uma nota afirmando que não participaria de nenhuma competição profissional em 2024. Porém, momentos após o comunicado, o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Rodolfo Laterça, amenizou a situação e afirmou que a decisão poderia ser revertida caso a Prefeitura de Campos ou algum investidor aparecesse.
A reportagem do Manchete RJ entrou em contato com a Prefeitura de Campos e questionou se há alguma possibilidade de investimento no clube. Em resposta, o poder executivo campista afirmou que não é viável no momento, pois o clube não tem suas certidões em dia.
“A Prefeitura de Campos informa que conseguiu patrocínio para o Goytacaz com a iniciativa privada, porém, o clube possui débitos com diversos credores e os valores eram sempre bloqueados pela justiça. A prefeitura informa ainda que só poderia ajudar de maneira direta caso o clube tivesse suas certidões em dia, o que não é o caso. Infelizmente, sem profissionalismo e gestão eficiente, se amarga resultados ruins dentro e fora de campo”.

O patrocínio privado ao qual a prefeitura se referiu foi o da empresa FenixSoft, em 2022, onde Goytacaz e Americano receberam R$ 20 mil cada. Mas os recursos do clube Alvianil foram, em sua grande parte, penhorados. Laterça havia classificado o ato como uma “presepada”.
“Problema pessoal”
A equipe de jornalismo procurou novamente Rodolfo Laterça após a resposta da Prefeitura. Segundo o dirigente, existe um problema pessoal do prefeito Wladimir Garotinho com membros da alta cúpula do clube campista.
“O problema do atual prefeito Wladimir é pessoal conosco, principalmente devido a termos um primo em primeiro grau da Deputada Carla Machado conosco, exatamente administrando o setor administrativo/financeiro, que é o Presidente Daniel Machado”, começou.

Ainda de acordo com Laterça, a prefeitura de Campos só investia no Goytacaz quando havia dirigentes de “total confiança” e que os recursos não eram declarados.
“A prefeitura, quando colaborava com o Goytacaz Futebol Clube e tinha seu nome estampado nas camisas oficiais, era “por afinidade”, ou seja, os presidentes eram pessoas de total confiança do atual prefeito, que se declara torcedor, mas se recusa a colaborar em nossa gestão, mesmo que os pagamentos fossem realizados pessoalmente por ele com escolta de seguranças. Todos os recursos financeiros que foram utilizados no Goytacaz Futebol Clube na década passada eram recursos não declarados”.
Atual panorama
Apesar da nota oficial, o Goytacaz ainda não comunicou oficialmente à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) sua desistência. O presidente do Conselho Deliberativo mantém-se aberto a propostas, inclusive da prefeitura de Campos, e reforça que o clube campista é “muito viável”. Mas, caso o cenário não mude, a decisão deve ser oficializada.
“Tornou-se inviável com a falta de recursos financeiros para manter em dia as dívidas financeiras deixadas pela gestão anterior junto à Ferj, junto à Justiça do Trabalho com atletas credores que seus advogados utilizaram do ‘transfer ban’ com ações trabalhistas que “correram a revelia” pois a gestão anterior não providenciava defesas, logo, os impetrantes das ações venciam todas as demandas com os respectivos valores absurdos que solicitavam”.
Caso oficialize sua ausência das competições profissionais organizadas pela Ferj nesta temporada, a tendência é que o clube da Rua do Gás seja rebaixado à Série B2 (4ª divisão) Estadual.