Após reunião com as famílias do MST, as polícias Militar e Civil entenderam que não tinham legitimidade sobre o assentamento Josué de Castro, às margens da BR-101, na região de Morro do Coco, em Campos, e deixaram a área após uma operação realizada na manhã desta segunda-feira (15).
Em nota, o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) alegou que cerca de 300 famílias se sentiram intimidadas durante a ação das polícias que “ignoram que a Reforma Agrária é uma política pública constitucional”.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que as equipes fizeram a operação, em conjunto com a Polícia Civil, com o objetivo de garantir a segurança e a ordem na região diante da possibilidade de invasões ilegais a propriedades locais. O Grupamento Aeromóvel (GAM) da SEPM chegou a ser acionado para dar apoio aéreo às ações.
O MST disse ainda que a ocupação realizada nesta segunda tem o lema “Ocupar para o Brasil Alimentar” e faz parte da Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária. O assentamento Josué de Castro foi criado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2007, e está regularizado.
A luta pela terra segue sendo criminalizada em uma aliança entre proprietários rurais e agentes dos órgãos de segurança pública, são milícias rurais sob a alcunha de “invasão zero””
disse o MST.
A Polícia Militar alegou que a ação buscava evitar risco de conflito agrário, já que os fazendeiros poderiam reagir. Já os sem terra acusam os policiais de impedirem o direito de reunião, a liberdade de associação, o cooperativismo e a efetivação da reforma agrária, direitos garantidos pela Constituição.
A reportagem do Manchete RJ recebeu imagens de famílias comemorando a ocupação ao assentamento e a saída de viaturas da Polícia Militar. Segundo a assessoria do MST, os policiais entenderam que não tinham legitimidade sobre a área e deixaram o local.

O Manchete RJ também foi informado que os helicópteros se mantiveram por mais um tempo. Todavia, as famílias já ocuparam a terra.