
O policial militar identificado com Eduardo Gomes dos Reis, lotado no 22º BPM (Maré), foi preso na noite desta quinta-feira (08) após matar o jovem Jefferson de Araújo Costa, de 22 anos, com um tiro à queima-roupa, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. O PM responderá pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
De acordo com informações da Polícia Militar, Eduardo militar foi conduzido à 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) nesta noite, onde prestou depoimento e foi e preso em flagrante pelo crime. Sua arma e sua câmera operacional portátil, que estava na sua farda no momento em que atirou no jovem, foram recolhidas e disponibilizadas para a investigação. O agente será encaminhado para a Unidade Prisional da Corporação, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
A PM destacou que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM), por meio da Corregedoria Geral, para esclarecer as circunstâncias do fato. O agente chegou a prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), mas o caso ficou a cargo da Justiça Militar.
Jefferson morreu depois de ser baleado na barriga durante um protesto nas margens da Avenida Brasil, no Complexo da Maré, contra operação realizada na região. Imagens que circulam nas redes sociais mostram a abordagem do PM, que usa o fuzil para bater no jovem. Logo em seguida escuta-se o disparo. A gravação mostra a vítima sangrando e desmaiando na calçada. O par de chinelos e o boné de Jefferson foram deixados no local onde ele foi baleado, ao lado de uma poça de sangue.
De acordo com a PM, agentes do 22º BPM (Maré) foram acionados para intervir em uma manifestação que ameaçava fechar a Avenida Brasil. A corporação informou que, durante a ação, o fuzil de um dos policiais disparou e acabou atingindo um manifestante.
Jefferson foi socorrido e encaminhado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte, mas, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), já chegou sem vida na unidade.
“Ele é especial. Todo mundo está desesperado. Ninguém está acreditando. Ele era até acompanhado. Os policiais só jogaram o spray, ele botou a mão no olho e eles vieram já com fuzil atirando na barriga dele. Vieram para matar. Só quero Justiça. Vou até o fim”, disse Marlene de Araújo Costa, irmã do jovem.
Outras duas pessoas foram baleadas na região. As vítimas, que não tiveram as identidades reveladas, foram socorridas e encaminhadas para o Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador, também na Zona Norte. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), uma pessoa apresenta quadro de saúde estável e a outra já recebeu alta.
*Com informações do O Dia