
A juíza Helenice Rangel, que atua na 3ª Vara Cível de Campos, prestou depoimento à Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (26) sobre os ataques racistas escritos em uma petição pelo advogado José Francisco Abud. Os agentes da 134ª DP do Centro de Campos foram até o gabinete da magistrada, onde ela foi ouvida.
Em resposta ao Manchete RJ nesta quarta-feira, a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) informou que atua no processo da juíza contra o investigado e ressaltou que foi apresentada uma queixa-crime por injúria contra o advogado.
O homem segue sendo investigado pela 134ª DP do Centro de Campos. Ele foi internado nesta quarta no Hospital Ferreira Machado (HFM) após ingerir veneno. De acordo com a última atualização sobre seu estado de saúde, o advogado encontra-se estável na Unidade Intermediária (UI) do pronto-socorro.
Relembre o caso
Em uma petição dirigida à magistrada Helenice Rangel, que atua na 3ª Vara Cível de Campos dos Goytacazes, José Francisco Abud escreveu trechos como: “magistrada afrodescendente com resquícios de senzala e recalque ou memória celular dos açoites” e “decisões prevaricadoras proferidas por bonecas admoestadas das filhas das Sinhás das casas de engenho”.
A Corregedoria da Seccional Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil decidiu pedir a exclusão dos quadros da OAB-RJ do advogado. A postura do advogado José Francisco Barbosa Abud, que proferiu ataques à magistrada Helenice Rangel Gonzaga Martins, em petição, foi duramente repudiada por entidades jurídicas.
A juíza entrou com uma queixa-crime por injúria no 1º Juizado Especial Criminal de Campos. A informação foi confirmada pela Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) para a reportagem do Manchete RJ.