O período eleitoral não começou, mas os bastidores da política campista já fervem. O Agir, partido da base governista, não está satisfeito com algumas posturas recentes do Prefeito e pré-candidato à reeleição Wladimir Garotinho (PP) e ameaçam até ir para a oposição.
Edmar Ptak, vice-presidente do Agir em Campos, que costuma tecer comentários positivos para o prefeito, conta que a relação começou a azedar após Wladimir não convidar o partido para algumas reuniões.
“Wladimir marcou uma reunião em separado com cada partido e seus pré-candidatos, a do Agir foi marcada para o dia 14/04 às 17 horas, ele não compareceu e enviou como representante seu chefe de gabinete Thiago Ferrugem. Na presença dos pré-candidatos, Ferrugem reiterou o compromisso do prefeito com o Agir”, começa.
“Logo após essa data ele começou a se reunir com os presidentes dos partidos de base e com alguns pré-candidatos, não tendo marcado agenda com o Agir. Eu mandei mensagem para Wladimir e perguntei se o Agir seria base, ele respondeu -lógico que sim-, completou Ptak.
O estopim
No último sábado (11) houve uma reunião com todos os pré-candidatos a vereador que irão apoiar a reeleição de Wladimir. O Agir novamente foi excluído, segundo o vice-presidente, o que fez a relação ruir de vez.
“Nem o presidente Thiago Virgílio, nem eu que sou o vice-presidente, recebemos o convite para participarmos, desta forma não comparecemos. Assim sendo entendemos que o Prefeito Wladimir não tem interesse no Agir”, exclamou.
Agir pode virar oposição?
Edmar define a postura de Wladimir como “imaturidade política” e ameaça ir para a oposição, inclusive como candidato a prefeito, caso não tenha mudanças no cenário.
“Decidimos manter nossa nominata e se o prefeito Wladimir mantiver esse posicionamento, seremos oposição. Inclusive, na reunião do nosso partido, disse que colocava meu nome à disposição para ser pré-candidato a prefeito para ajudar o Agir a eleger um vereador”.
Motivos da mudança de Wladimir
Ao ser perguntado por qual motivo o Wladimir mudou com o partido, Edmar Ptak conta que um deles seria por uma questão de independência dentro da Câmara.
“Nosso partido mesmo sendo base de apoio à reeleição neste momento, elegendo um vereador, esse vereador não seria um preposto do prefeito na Câmara Municipal. Não abrimos mão da nossa independência nas votações e fiscalização das contas do Executivo”.
Outro ponto seria a relação de Thiago Virgílio com o ex-governador e pai do prefeito, Anthony Garotinho.
“Outra coisa também é por nosso presidente Thiago Virgílio ser muito próximo do pai do prefeito, o que gera uma insegurança e medo que surja uma nova liderança política em Campos que ele não possa ter controle”, conta.
Thiago Virgílio
Uma figura que está no fogo cruzado nesse racha é Thiago Virgílio. O presidente do Agir tem uma relação muito próxima com a família Garotinho, em uma eventual mudança para a oposição, ele renunciaria da presidência, afirma Ptak.
“Thiago Virgílio entendeu, disse que se realmente formos seguir na oposição ele iria renunciar à presidência do Agir, abrindo caminho para que eu possa ser presidente do partido e com aval da executiva me lançar pré-candidato a prefeito ou fechar aliança com outro candidato de oposição”, revelou Edmar.
O vice ainda conta que Virgílio concorda com ele, mas, por questões políticas, não pode seguir esse direcionamento.
“Ele concorda comigo, só não pode seguir meu posicionamento, pois tem laços estreitos com a família Garotinho, ligações essas que não possuo”.
A reportagem entrou em contato com Thiago, mas até a publicação desta reportagem, não obteve resposta.