
O futuro do adolescente de 14 anos que foi apreendido após confessar ter matado os próprios pais e o irmão, uma criança de 3 anos, será decidido pela Justiça nos próximos dias. A reportagem do Manchete RJ apurou que ele será apresentado por videoconferência ao Ministério Público nesta quinta-feira (26), às 11h. Neste momento, ele está na 143ª Delegacia Policial, em Itaperuna.
Após a apresentação, a medida socioeducativa a ser aplicada ao jovem será decidida pelo MP e pela Justiça. Vale lembrar que, por ser menor de idade, ele não pode ser preso. O adolescente poderá ficar recluso por no máximo três anos. A regra está definida no terceiro parágrafo do artigo 121 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). O estatuto define os direitos e deveres de crianças e adolescentes e as regras em casos de jovens que pratiquem atos infracionais. O ECA diz que, “em nenhuma hipótese”, o período máximo de internação excederá três anos.
Relembre o caso
Três pessoas de uma mesma família — pai, mãe e uma criança — foram encontradas mortas dentro de uma cisterna na propriedade onde viviam. O principal suspeito é o próprio filho do casal, um adolescente de 14 anos, que confessou os assassinatos. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Carlos Augusto, o crime pode ter sido motivado por um relacionamento virtual do próprio menor ou até mesmo por um saque do FGTS do pai.
Segundo a Polícia Civil, os homicídios ocorreram na madrugada de sábado (21), quando o menor matou os pais com um tiro na cabeça e o irmão mais novo com um tiro no pescoço enquanto dormiam. Em seguida, ele arrastou os corpos até uma área da casa e ocultou-os na cisterna. A arma era do pai, que possuía CAC.
O adolescente teria utilizado alvejante líquido sobre o piso frio da residência para facilitar o deslizamento dos corpos. Após isso, os lançou de uma escada, fazendo com que caíssem próximo à cisterna, onde foram posteriormente ocultados. Mas há também a hipótese não descartada, de que alguém teria ajudado, de forma virtual. Não é trabalhada, ainda, de que outra pessoa possa ter ajudado presencialmente.
A suspeita do crime começou a ganhar forma quando a avó e o próprio adolescente procuraram a delegacia na última segunda-feira (23), relatando que o neto havia sido hospitalizado após ingerir cacos de vidro, e que, desde então, ela não conseguia contato com nenhum membro da família. Na terça-feira (24), a avó retornou à delegacia, registrando o desaparecimento dos familiares.
O adolescente confessou o crime a um tio, que imediatamente acionou a polícia.
As vítimas foram identificadas como Inaila Teixeira, cabeleireira, e seu esposo Antônio Carlos Teixeira, casados há duas décadas. O filho mais novo, Antônio Filho, completaria quatro anos em julho.