
A auxiliar jurídica Luísa Teixeira, de 30 anos, foi a público em suas redes sociais na manhã desta quinta-feira (13) para relatar um caso de racismo contra sua irmã, de apenas 11 anos, dentro de uma escola particular no Centro de Campos. Revoltada, a mulher informou que os responsáveis pelo centro escolar, quando foram acionados, disseram que nada poderiam fazer por ser a primeira vez que o caso acontecia no espaço.
Enquanto familiar, eu fico com meu coração partido. Minha irmã teve crise de ansiedade. Quem vai bancar isso? Quem vai curar ela desse sofrimento? Eu não consigo”, desabafou a irmã da vítima.
Em contato com nossa equipe de reportagem, Luísa relatou que o episódio ocorreu quando sua irmã comia uma banana na escola e uma colega da mesma sala da vítima a chamou de “macaca” repetidamente. A irmã da criança informou que o caso não chegou a ser registrado na delegacia porque contava com um pronunciamento da unidade escolar particular.
Quando minha madrasta decidiu reagir pedindo um posicionamento, a escola simplesmente pediu para que ela assinasse uma ata e disse que, como era a primeira vez, não poderia fazer nada. Nenhuma atitude foi tomada”, disse Luísa.
Em poucas horas de publicação, o caso ganhou repercussão nas redes sociais e chegou até a referida escola. A irmã da criança, ainda em contato com o Manchete RJ, disse que, após a sua divulgação, os diretores da unidade chamaram os responsáveis para conversar. Neste momento, existe a expectativa de que algo possa ser solucionado nessa nova conversa. Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a secretaria da escola solicitando um posicionamento sobre o caso. Ainda não houve retorno.
Quero lembrar que o racismo é crime. Crime inafiançável. Não interessa se foi a primeira, a segunda ou a décima vez. Não é algo para ser ignorado. Essa idade (dos envolvidos) é uma idade de instrução. A escola tem o dever legal e moral de proteger seus alunos e combater de qualquer forma a discriminação. A partir do momento que a escola se omite, ela torna-se cúmplice. Como vamos confiar em uma instituição que ignora o sofrimento de uma aluna preta? Que as medidas sejam tomadas sem exceção”, finalizou a auxiliar jurídica.
Veja o desabafo da mulher: