
Após vir à tona que uma universitária estrangeira de 25 anos foi vítima de um abuso coletivo dentro da boate Portal Club, na Lapa, na Região Central do Rio, uma segunda mulher denunciou que também foi violentada no mesmo lugar. Segundo ela, o crime aconteceu em novembro do ano passado.
A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro analisa as imagens de câmeras de segurança para identificar os suspeitos do caso da estrangeira.
O Corpo de Bombeiros diz que o local funciona irregularmente, já que não tem o alvará de Certificado de Vistoria Anual (CVA) – que garante a segurança contra incêndio e pânico. Por conta disso, o espaço será vistoriado e poderá ser fechado.
A segunda vítima a denunciar que foi estuprada no local afirmou que, no dia do abuso, estava no espaço para assistir um grupo de pagode. E, assim como no dia do crime da universitária, a festa era “open bar” – com bebida liberada.
“Eu fui assistir um grupo de pagode, que eu conhecia. E, neste dia, tinha um open bar e eu bebi normalmente. Quando eu fui ao banheiro não me senti bem, tonta e não me lembro mais do que aconteceu. Desse não lembrar o que aconteceu, eu acordei no quarto preto, com um homem na minha frente, um homem do meu lado sem calça”, conta a mulher, que completa:
“Quando eu fui urinar, saíram algumas coisas pelas minhas partes, um líquido pelas minhas partes. Só que assim que eu saí, veio uma funcionária e perguntou: ‘Você sabe onde você estava?”. Não, não sei. “Você estava num ‘dark room’ (quarto escuro)”. Mas eu nunca entraria no ‘dark room'”, conta.
À época do crime, a mulher registrou um boletim de ocorrência e disse que o processo não foi fácil.
“No IML, preparando para fazer um exame, que é um dos exames mais importantes que pode vir a ver quem foi, me perguntaram se eu estava sozinha. Era um homem e ele falou que não poderia fazer o exame, e me mandaram pra casa. Falaram pra voltar no outro dia. Eu me senti violada, eu me senti mal em todas as etapas do que eu poderia fazer, até os culpados poderem ter sido reconhecidos”, destaca a vítima, que entrou em contato com a boate pra pedir ajuda:
“Entrei em contato com a boate, até hoje não me responderam e até hoje eu tenho dor. Não tem um dia que eu fique com uma noite tranquila. Eu creio que sejam vários casos porque se eles tentaram persuadi-la para não dar queixa, ele me humilhou. O funcionário da casa tentando me fazer acreditar, porque eu estava realmente bem zonza, que a culpa era minha.”
Essa nova vítima procurou a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj após a repercussão do caso da sul-americana que também diz que foi vítima de um abuso na casa de shows.
*Com informações do G1
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