
O julgamento do dono da loja de armas, acusado de matar o empresário Renato Maciel, tem uma nova data confirmada. Marcado inicialmente para esta quarta-feira (04), no Fórum Maria Thereza Gusmão, em Campos, o júri popular agora será realizado no próximo dia 18 de março. O Manchete RJ apurou que a decisão do juiz se motivou devido a uma suspeita de manipulação de testemunhas de acusação do caso. A defesa do réu, Rogério Matos, informou ainda que pediu a liberdade provisória de seu cliente até a data do novo julgamento.
O juiz titular da 1ª Vara Criminal de Campos dos Goytacazes, Adones Henrique Silva Ambrosio, definirá nos próximos 5 dias se concederá liberdade provisória ao réu ou decidirá mantê-lo preso. O advogado de defesa, Glaidemir Resende, informou à imprensa que o juiz vai solicitar que o cartório esclareça os termos que constam na declaração das testemunhas.
Nossa equipe de reportagem também conversou com o assistente de acusação do caso, Márcio Marques. Ele alegou que o documento onde existe a suspeita de manipulação de testemunhas foi anexado pela defesa. O advogado disse que não é de sua índole praticar aquilo que a defesa do réu o acusa.
Esse documento apareceu agora próximo ao julgamento. Quem conhece meu trabalho e meu caráter sabe que de maneira nenhuma seria da minha índole praticar aquilo que eles (defesa) estão dizendo ali. Bom, o Ministério Público está tomando as providências e em razão desse prejuízo que surgiu no processo o juiz determinou a suspensão do plenário. A defesa fez o trabalho dela, mas verdade virá à tona. Eu estou com minha consciência tranquila”, disse o assistente de acusação.
Sobre o pedido de liberdade provisória, Márcio Marques informou que “é padrão da defesa” se manifestar pelo pedido de liberdade do réu quando há um adiamento no julgamento. Segundo ele, a acusação do caso terá 5 dias para se manifestar e, posteriormente, virá a decisão do juiz de soltar ou não o acusado, provisoriamente.
Por outro lado, a advogado de defesa informou que viu como um ato equivocado por parte do juiz em adiar o julgamento. Segundo ele, estava tudo comprovado que seu cliente agiu em legítima defesa ao atirar contra Renato Maciel. O pedido de liberdade provisória já foi feito, e a defesa aguarda uma decisão favorável do juiz.
Já fiz o pedido de liberdade provisória. Acredito que vai ser acolhido, tendo em vista que ele (réu) já está preso preventivamente há muito tempo. Então é um caso de relaxamento da prisão”, disse o advogado.
Qual manipulação é investigada?
A defesa diz que uma das testemunhas estava alegando que foi coagida para fazer o depoimento pelo advogado, alterando a verdade dos fatos. Já o assistente de acusação diz que um documento apresentado pela defesa alega que ele teria coagido uma testemunha da própria acusação. Por sua vez, ele preferiu não dar detalhes do que estava escrito nesse documento. Após o possibilidade suspeita, o Ministério Público se manifestou para investigação do caso e o juiz decidiu pelo adiamento.
Relembre o caso
Renato Maciel, era proprietário de uma loja de carros e foi morto a tiros no dia 20 de dezembro de 2023, no bairro IPS. Ele foi baleado dentro do carro, pelo também empresário Rogério Matos, dono de uma loja de armas. Rogério Matos Lopes está preso desde 31 de janeiro deste ano. A motivação da discussão, que terminou na morte de Renato, seria uma dívida, da venda de uma caminhonete, no valor de R$ 200 mil.