Estão sendo julgados na manhã desta segunda-feira (01), a mãe e o padrasto da pequena Izabelly Gomes da Silva, apontados como responsáveis pela morte da menina, de apenas dois anos de idade, em setembro de 2022, em Campos. O julgamento teve início às 11 horas, no Fórum Maria Tereza Gusmão.
Diversas testemunhas serão ouvidas ao longo do dia. Conforme apurado pela reportagem do Manchete RJ, o resultado do julgamento só deve ocorrer no final da tarde. Acompanhe aqui.
O caso
O casal foi preso no dia 01 de setembro de 2022, por suspeita na morte de uma criança de dois anos, que deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarus, em Campos. A criança chegou à unidade hospitalar com hematomas pelo corpo, que não estariam de acordo com a versão dada pela mãe e pelo padrasto, de que ela teria caído no banheiro. Ambos foram detidos pela Polícia Civil em uma casa na praia de Santa Clara, em São Francisco de Itabapoana.
O laudo médico apontou que a causa da morte foi espancamento. Durante a investigação, a polícia ainda descobriu que a menina teria sido vítima de abuso sexual.

“Não foi um acidente. Houve um crime. Os laudos comprovam que a causa da morte foi uma hemorragia causada pela laceração do baço e fígado, corroborando o fato de que ela foi espancada”, disse a delegada da 146ª DP, na época, Madeleine Dykeman.
Ainda segundo a delegada, o padrasto é apontado como autor do estupro e das agressões que causaram a morte da menina. A mãe responde por omissão relevante, pois laudos comprovaram que a menina já sofria agressões antes da morte.
Diante do resultado do laudo e também das inconsistências apontadas pelos profissionais da UPA que atenderam a criança em relação à versão dada pelo casal na unidade hospitalar, a prisão do casal foi deferida.
Entenda o caso
Segundo informações contidas no registro de ocorrência feito na 146ª DP, por volta das 20h25 de quarta a Polícia Militar foi acionada, logo após a morte da menina I.G.S. Profissionais da unidade de saúde relataram aos policiais que a criança chegou desacordada e que, após 40 minutos de tentativa de reanimação, foi constatado o óbito. Os profissionais decidiram chamar a polícia porque verificaram a existência de lesões o corpo da criança, aparentemente incompatíveis com o relato de uma queda no banheiro, conforme havia sido informado pela mãe da menina.
De acordo com o relato da mãe, ela saiu para comprar café e deixou a criança sob os cuidados do padrasto e, ao retornar, encontrou a menina convulsionando, nos braços dele. Os dois levaram a criança para a UPA, na tentativa de socorrê-la.
As lesões no corpo da menina foram encontradas na face, pescoço, cabeça, quadril, costas e havia ainda um edema na cabeça.
Após o relato da mãe, os policiais entraram em contato com o padrasto e solicitaram a presença dele. Aos agentes, o homem contou que a menina havia pedido para ir ao banheiro e que em seguida caiu e bateu com a cabeça, convulsionando. Também segundo o relato do padrasto aos policiais, ele havia tentado salvá-la, passando água em seu rosto e desenrolando a língua da menina.