Após um mês de angústia, Juliana Rangel, baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal de 2024, falou pela primeira vez sobre o episódio que quase tirou sua vida. Aos 31 anos, ela deixou o Centro de Terapia Intensiva (CTI) no sábado (25) e continua sua recuperação em um quarto do hospital.
“Quero agradecer a todos que acreditaram em mim, que eu ia voltar. Eu voltei, gente, por um milagre”, disse Juliana, ainda com dificuldades na fala devido a uma traqueostomia.
Na entrevista ao Fantástico, Juliana revelou que está recuperando as lembranças do ocorrido aos poucos. “Agora eu quero me recuperar para voltar à minha vida que eu tinha antes”, afirmou emocionada, destacando sua gratidão à família, que permaneceu ao seu lado durante toda a internação.
Camila Rangel e Ana Paula Lopes, enfermeiras que acompanharam a evolução da paciente, descreveram a recuperação como uma verdadeira vitória. “Ela estava muito grave, teve momentos difíceis, mas foi muito forte e guerreira”, contou Ana Paula.
Na noite de 24 de dezembro, Juliana viajava com a família do Rio de Janeiro para Niterói, na Região Metropolitana. O carro seguia pela rodovia Washington Luís, na altura de Duque de Caxias, quando uma viatura da PRF começou a persegui-los.
Segundo relatos da família, o veículo estava a 90 km/h na pista central. Ao avistar as luzes da polícia, o pai de Juliana mudou para a faixa da direita, mas a viatura o seguiu. Sem entender a ação, ele retornou para a pista central, momento em que os agentes abriram fogo contra o carro.
Juliana foi atingida na cabeça, e o caso gerou comoção. Os três policiais envolvidos – Leandro Ramos da Silva, Camila de Cássia Silva Bueno e Fábio Pereira Pontes – foram afastados, e as armas utilizadas foram apreendidas.
A tragédia transformou o Natal da família em um pesadelo, mas a recuperação de Juliana tem sido uma fonte de alívio e esperança. O caso segue em investigação pelas autoridades, enquanto a jovem, que descreve sua sobrevivência como um milagre, luta para retomar a vida que quase perdeu.
*Com informações do G1.