
O mais recente Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), com dados de 2023, revela uma grande desigualdade socioeconômica entre os municípios do Norte Fluminense. Macaé desponta em 4º lugar no ranking estadual com índice de 0,7413 — atrás apenas do Rio de Janeiro, Volta Redonda e Resende —, enquanto cidades vizinhas figuram em posições bem menos expressivas: São João da Barra aparece em 50º, Campos dos Goytacazes em 55º, Quissamã em 66º e São Francisco de Itabapoana ocupa a preocupante 86ª posição entre os 92 municípios fluminenses.
Campos, o maior município da região em população e importância histórica, segue estagnado com desenvolvimento considerado apenas moderado, revelando progresso tímido nas últimas décadas. Apesar de avanços pontuais em Educação e Saúde, a cidade ainda sofre com baixos indicadores nessas áreas. Quissamã e São João da Barra, por sua vez, também não conseguiram traduzir em desenvolvimento os recursos oriundos da exploração de petróleo, mantendo índices medianos.
A distância entre Macaé e São Francisco de Itabapoana é de 82 posições — um abismo que evidencia não apenas a concentração de desenvolvimento em polos econômicos específicos, como também a ausência de políticas públicas eficazes para garantir crescimento mais equitativo na região. O contraste se torna ainda mais marcante considerando que Macaé lidera o estado em Emprego & Renda, enquanto São Francisco, embora tenha avançado em Educação, apresentou retrocesso em Saúde, fator que compromete seu desempenho geral.
A pesquisa da Firjan mostra que, embora 87 das 92 cidades fluminenses tenham apresentado evolução desde 2013, os desequilíbrios persistem e evidenciam um retrato preocupante de desigualdade regional. A falta de diversidade econômica, a baixa cobertura de serviços básicos e a dependência do setor público como principal empregador são fatores que ainda travam o desenvolvimento de boa parte do interior fluminense.