O cirurgião plástico Renato Tatagiba foi condenado a 2 anos e 4 meses de prisão em regime aberto após a paciente Shirin Saraeian, iraniana naturalizada brasileira, perder a visão total do olho esquerdo e parcial do direito. A cegueira ocorreu após uma abdominoplastia e lipoescultura realizadas em São Paulo. O caso foi amplamente divulgado em 2021 pelo programa Fantástico. Tatagiba possui consultório em Campos dos Goytacazes há anos.
A sentença, emitida na última sexta-feira (17), foi substituída por medidas alternativas devido ao fato de Tatagiba ser réu primário e possuir bons antecedentes. Ele deverá prestar serviços comunitários pelo período da condenação e pagar multa de 50 salários mínimos. Além disso, o médico foi condenado a indenizar a vítima em R$ 300 mil pelos danos causados.
Segundo a defesa de Tatagiba, a condenação será contestada por meio de recurso. “Discordamos veementemente da decisão e consideramos que há grandes chances de reversão com base em fundamentos jurídicos sólidos”, declarou o advogado Celso Papaleo.
A defesa da vítima, representada pelo advogado Rodrigo Martini, destacou que as provas técnicas do IML e do Cremesp embasaram a decisão judicial e criticou a possibilidade de Tatagiba continuar exercendo a medicina.
As informações são do G1.
Entenda o caso
Ao Fantástico, Shirin contou que conheceu Renato Tatagiba pelas redes sociais, onde ele acumulava mais de 100 mil seguidores. Após uma consulta, contratou o cirurgião para realizar os procedimentos no Hospital Saint Peter, em São Paulo, em abril de 2021.
Os problemas começaram logo após a cirurgia. A paciente relatou tonturas, dificuldades respiratórias e sintomas de anemia, mas recebeu alta no dia seguinte. Dois dias depois, Shirin notou perda de visão e tentou contato com o médico, que, segundo ela, demorou a responder.
No dia 4 de maio, Shirin foi internada com diagnóstico de anemia aguda pós-operatória e recebeu bolsas de sangue. Apesar do tratamento, teve alta dois dias depois com cegueira total do olho direito e parcial do esquerdo.
O caso levou à abertura de inquérito policial em 2021, com o médico sendo acusado de lesão corporal gravíssima. Até aquele ano, Tatagiba respondia a 47 processos por erro médico em cinco estados do Brasil.
Além de Campos, Renato Tatagiba possui consultórios em diversas cidades, Itaperuna, Macaé e outras localidades, onde atua há anos como cirurgião plástico.