
A justiça do Rio de Janeiro marcou para o dia 12 dezembro, às 13 horas, o Tribunal do Júri para o julgamento de dois acusados da morte do cinegrafista Santiago Andrade, em 2014.
Na ocasião, serão julgados Fabio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, ambos suspeitos de dispararem um artefato explosivo que atingiu o profissional de imprensa, durante a cobertura de um protesto. Fabio e Caio respondem pelos crimes de homicídio doloso qualificado e explosão.
“Em que pese a necessidade do cartório cumprir itens “1” e “2” do despacho de fls. 3008, desde já designo sessão plenária para o dia 12 de dezembro de 2023 às 13:00 horas. Digam as partes no prazo de 5 dias, sob pena de perda da prova, se há alguma diligência pendente (exceto as já deferidas nos itens supra referidos pendentes de realização pelo cartório). Intimem-se/requisitem-se as testemunhas e o acusado. Dê-se ciência ao Ministério Público e advogados”, determinou a juíza Tula Correa de Mello, titular da 3ª Vara Criminal da Capital.
O caso
No dia 6 de fevereiro de 2014 o cinegrafista Santiago Andrade registrava para a TV Bandeirantes o confronto, no Centro do Rio, entre manifestantes e policiais durante um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio. Com a visão encoberta pela câmera no ombro, ele não viu um rojão sendo disparado. O artefato acertou a cabeça da vítima.
A explosão foi registrada por fotógrafos, cinegrafistas e câmeras de vigilância instaladas nas proximidades da Central do Brasil.
Santiago foi socorrido por colegas da imprensa, que o levaram para o Hospital Souza Aguiar, vizinho ao local. Ele sofreu afundamento do crânio e ficou internado durante quatro dias. No dia 10 de fevereiro de 2014, foi constatada morte cerebral.
Santiago, aos 49 anos, deixou a esposa Arlita Andrade, com quem era casado há 30 anos, e a filha, Vanessa Andrade, na época, com 29 anos.