
A Polícia Federal iniciou na manhã desta segunda-feira (29) uma operação para apurar ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro. Segundo a jornalista Andréia Sadi, um dos alvos da operação é o filho do ex-presidente, Jair Bolsonaro, e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora de Carlos, também foi alvo da PF.
A suspeita é que Luciana pedia informações em nome do vereador para o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem. A PF apura se Carlos recebeu “materiais” obtidos ilegalmente pela Abin.
Agentes estiveram na casa de Carlos, no Vivendas da Barra — um condomínio de luxo na Praia da Barra da Tijuca —, e no gabinete dele na Câmara de Vereadores, no Centro. Carlos não estava em nenhum desses locais: ele tinha ido a Angra dos Reis, na Costa Verde. Policiais ficaram cerca de 3 horas na residência na Barra. Carlos não estava em nenhum desses locais: ele tinha ido a Angra dos Reis, na Costa Verde.
Para a Câmara, a PF mobilizou veículos descaracterizados. Documentos e um computador foram apreendidos.
Carlos Bolsonaro é vereador desde 2001 e está em seu sexto mandato consecutivo na Casa de Leis carioca. Ele foi apontado pelo ex-braço-direito de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, como chefe do chamado gabinete do ódio, uma estrutura paralela montada no Palácio do Planalto para atacar adversários e instituições – como o sistema eleitoral brasileiro.
Segundo as investigações, a Abin foi usada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para monitorar adversários políticos
O vereador não se pronunciou sobre a operação até a última atualização desta reportagem.
“Abin Paralela”
A Polícia Federal deflagrou operação para investigar se aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro na Abin usaram, de forma indevida, outras ferramentas de espionagem, além do software First Mile, que permite o monitoramento de geolocalização de celulares em tempo real. Segundo a PF, o então diretor da agência, Alexandre Ramagem, teria utilizado sua posição para “incentivar e encobrir” o uso de um programa espião.
Os investigadores ainda suspeitam que Ramagem utilizou da estrutura da agência para tentar fazer provas e relatórios em defesa de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, filhos do ex-presidente, e espionar adversários políticos do ex-mandatário, como Joice Hasselmann e Rodrigo Maia.
Bolsonaro diz que não espionou adversários. Ontem, durante uma live ao lado dos filhos Flávio, Carlos e Eduardo, o ex-presidente afirmou que as informações não chegavam até ele e defendeu Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Abin.
*Com informações de G1 e UOL