Diretores da Associação dos Peritos Oficiais do Estado do Rio de Janeiro (Aperj) afirmaram, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (4), que existem “pontas soltas” na investigação da morte de Marielle e Anderson e que muitos homicídios ocorridos no RJ não passaram por análise científica. Segundo a entidade, as balas usadas no atentado eram de um lote da Polícia Federal (PF).
Contudo, mesmo com as afirmações da Aperj, o ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Lewandowski, afirmou que por parte Polícia Federal e das autoridades federais, o caso do assassinato da vereadora e o motorista está encerrado.
Thiago Hermida, presidente da Aperj, e Denise Rivera, a vice, também descreveram como a falta de verba dificulta seu trabalho e falaram da pouca autonomia — no RJ, delegados estão acima dos peritos e têm o poder de determinar o que deve ser analisado ou não.
“A perícia do RJ trabalha sobre demanda, sobre requisição de autoridade policial. Quando acontece um crime, o perito não vai de vontade própria. Ele precisa ser demandado por um delegado de polícia. Quando ele não é demandado, essa perícia não é feita”, disse o presidente da Aperj.
‘Cérebro com problemas’
Thiago Hermida afirmou que o Caso Marielle escancarou a necessidade da desvinculação da perícia criminal da Polícia Civil do Rio de Janeiro”, disse Ermida.
“A perícia é o cérebro da polícia. E a gente só percebe que o nosso cérebro está funcionando quando algum problema grande aparece. Ultimamente o cérebro da Polícia Civil tem tido reiterados problemas”, declarou.
Caso Marielle
“As munições dos estojos encontrados no local eram de um lote pertencente à Polícia Federal. Vocês estão ouvindo em algum local que a Polícia Federal também está sendo investigada? De onde veio esse lote? De onde veio essa munição? Como chegou até os autores? Façam o juízo de valor que acharem necessário. Se o caso Marielle Franco realmente foi solucionado”, pontuou Hermida.
*Com informações do G1