
*Por Diogo Ferreira e João Balthazar
Após se classificar dentro de campo, o Americano ainda enfrenta uma batalha judicial que pode retirar a vaga do time nas semifinais da Série A2. O julgamento, que envolve uma suposta escalação irregular de um atleta durante a competição, acontecerá nesta quinta-feira (17), no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ). Felipe Melo, investidor do clube, aproveitou o momento e protestou contra a decisão: “Foi provada a inocência por unanimidade. ahahahahhaha… na mão grande, não!!”.

A “inocência provada” a que Felipe Melo se referiu é a do julgamento da semana passada, referente ao mesmo processo e também julgado no TJD-RJ, que absolveu o Americano por unanimidade. No entanto, tanto a Procuradoria do Tribunal quanto as equipes adversárias, America, Cabofriense e Duque de Caxias, recorreram da decisão, o que resultou em um novo julgamento, agora em instâncias superiores. (Entenda abaixo)
O Americano será julgado pelo Pleno do TJD-RJ, que é a instância máxima de julgamento dentro do tribunal. O Pleno atua como órgão colegiado e, no entendimento jurídico, garante uma análise mais abrangente e aprofundada das questões.
E as semifinais?
Até o momento, nenhum resultado envolvendo a classificação final da Série A2 foi homologado pela Ferj, conforme antecipado pelo Manchete RJ na última sexta-feira (12). Ou seja, enquanto as pendências judiciais não forem resolvidas, as semifinais da competição, inicialmente marcadas para este fim de semana, seguem suspensas. Isso porque, caso o Americano perca pontos, a vaga pode ser aberta para o Olaria avançar à próxima fase.
O Manchete RJ apurou que a tendência é que esse processo judicial ainda se estenda. Isso porque, em caso de derrota de ambos os lados — ou seja, tanto do Americano quanto dos times adversários —, deve haver recurso a ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Entenda o caso do Americano
O Manchete RJ apurou que a possível escalação irregular envolveu o goleiro Carlos Vinicius Pinto, que ficou no banco de reservas contra o Bangu, valído pela 7ª rodada, no dia 14 de junho. O atleta teria sido inscrito após o prazo regulamentar e, desde esse jogo, não foi mais relacionado na Série A2.
De acordo com o regulamento da competição, o prazo final para a inscrição de atletas termina no penúltimo dia útil que antecede a 6ª rodada da Taça Santos Dumont, que, neste caso, foi o dia 6 de junho.
Ocorre que, no próprio site da Federação, consta na lista de atletas inscritos que a inscrição de Carlos Vinicius foi feita no dia 12 de junho, ou seja, após o prazo previsto. A Cabofriense, um dos times que processou o Americano, entende internamente que isso configura uma irregularidade.
Por outro lado, no Boletim Informativo de Registro de Atletas (BIRA), consta que o jogador foi registrado no dia 6 de junho, o que, em tese, o tornaria apto a atuar na competição.
Nossa equipe de reportagem apurou, após o julgamento da última semana, que o goleiro Carlos Vinícius foi registrado no BIRA na data correta — antes da 6ª rodada —, embora ainda apresentasse pendências a serem resolvidas. Essas pendências teriam sido sanadas durante a semana do jogo contra o Bangu, deixando o atleta apto a atuar a partir da 7ª rodada. A Cabofriense, por exemplo, alegou que ele foi inscrito após o prazo, o que não foi o entendimento do TJD-RJ.