
A pequena Maria Fernanda Tavares Ferreira, de 12 anos, nasceu com paralisia cerebral diparética espástica, condição que compromete seus movimentos e provoca dores, dificuldades para andar e risco de danos irreversíveis se não for tratada com urgência. Desde maio deste ano, a família aguarda a autorização definitiva do Plano Ases de Saúde para que a menina seja submetida a uma cirurgia de alta complexidade no Rio de Janeiro. De acordo com Natália, mãe da criança, a cirurgia tem indicação para ser feita por cirurgião ortopedista pediátrico, com conhecimento neurológico.
De acordo com o laudo médico assinado pelo ortopedista pediátrico Frederico Valim, Maria Fernanda apresenta deformidades graves nos pés e joelhos, que resultam em marcha em agachamento, dor constante e sobrecarga mecânica nos membros inferiores. O médico aponta que o tratamento cirúrgico é indispensável e precisa ser feito o quanto antes, para evitar perdas funcionais irreversíveis e comprometimento da qualidade de vida.
A cirurgia envolve sete procedimentos ortopédicos, uso de enxerto ósseo e implantes específicos. O custo com a equipe médica ultrapassa R$ 34 mil, além dos materiais e da estrutura hospitalar. O especialista recomendou que o procedimento seja realizado em hospital do Rio de Janeiro com suporte em cuidados críticos pediátricos.
Impasse com o plano
Procurado, o Plano Ases informou que já está providenciando a cirurgia com o médico do Rio de Janeiro, não credenciado à rede. A operadora afirmou que custeará integralmente a cirurgia, a equipe médica e o hospital, embora esse formato não esteja previsto contratualmente, já que, segundo o entendimento dele, o procedimento poderia ser feito em Campos dos Goytacazes, no Hospital Dr. Beda, por equipe credenciada.
No entanto, segundo a operadora, ainda há entraves na negociação com o hospital e na liberação dos materiais cirúrgicos (OPME), o que torna o processo demorado. Enquanto isso, a família recorreu a diferentes instâncias: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Ministério Público e Defensoria Pública.