
Foi confirmado nos laudos de exames cadavéricos, segundo o delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª Delegacia de Polícia, que a causa da morte dos pais e do irmão de um adolescente de 14 anos, que confessou o crime, foram disparos de arma de fogo na região da cabeça. A hipótese de que alguma das vítimas teria morrido afogada na cisterna da casa foi descartada.
O adolescente, que é o autor confesso dos assassinatos, será transferido para uma unidade socioeducativa localizada na RJ-158, entre Campos x São Fidélis, próximo ao limite entre os dois municípios, nesta sexta-feira (27). Após manifestação do Ministério Público, a Justiça deferiu, na quinta-feira (26), a decisão que determina a internação provisória do menor por um período inicial de 45 dias.
O Manchete RJ destacou durante esta semana que o adolescente poderá ficar recluso por, no máximo, três anos. A regra está definida no §3º do artigo 121 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Ele não poderá ser preso, por ser menor de idade.
A polícia também aguarda o envio da documentação por parte da delegacia de Água Boa, município localizado em Mato Grosso, para apurar a possível participação de uma adoleste, que seria namorada virtual do assassino, no crime.
Relembre o caso
Três pessoas de uma mesma família — pai, mãe e uma criança — foram encontradas mortas dentro de uma cisterna na propriedade onde viviam. O principal suspeito é o próprio filho do casal, um adolescente de 14 anos, que confessou os assassinatos. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Carlos Augusto, o crime pode ter sido motivado por um relacionamento virtual do próprio menor ou até mesmo por um saque do FGTS do pai.
Segundo a Polícia Civil, os homicídios ocorreram na madrugada de sábado (21), quando o menor matou os pais com um tiro na cabeça e o irmão mais novo com um tiro no pescoço enquanto dormiam. Em seguida, ele arrastou os corpos até uma área da casa e ocultou-os na cisterna. A arma pertencia ao pai — que possuía registro de CAC — e ficava escondida debaixo do colchão onde o casal dormia.
O adolescente teria utilizado alvejante líquido sobre o piso frio da residência para facilitar o deslizamento dos corpos. Após isso, os lançou de uma escada, fazendo com que caíssem próximo à cisterna, onde foram posteriormente ocultados. Mas há também a hipótese não descartada, de que alguém teria ajudado, de forma virtual. Não é trabalhada, ainda, de que outra pessoa possa ter ajudado presencialmente.
A suspeita do crime começou a ganhar forma quando a avó e o próprio adolescente procuraram a delegacia na última segunda-feira (23), relatando que o neto havia sido hospitalizado após ingerir cacos de vidro, e que, desde então, ela não conseguia contato com nenhum membro da família. Na terça-feira (24), a avó retornou à delegacia, registrando o desaparecimento dos familiares.
O adolescente confessou o crime a um tio, que imediatamente acionou a polícia.
As vítimas foram identificadas como Inaila Teixeira, cabeleireira, e seu esposo Antônio Carlos Teixeira, casados há duas décadas. O filho mais novo, Antônio Filho, completaria quatro anos em julho.