
Apontada como a principal obra de infraestrutura para a região Norte Fluminense, a Estrada de Ferro 118 ganha força para sua construção. Prefeitos, entidades não governamentais e o setor privado estão em busca de investimentos e da viabilização do projeto, que visa tirar do papel a linha férrea que retomará os serviços de transporte ferroviário de carga.
A EF-118 pretende conectar os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, ligando o Porto do Açu à malha ferroviária nacional. Para viabilizar o projeto, busca-se condicionar sua execução à indenização referente à devolução da antiga malha ferroviária da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A EF-118 também está incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e no Novo PAC, do governo federal.

O presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira, destacou a importância de uma mobilização conjunta em prol do projeto: “O processo que se inicia agora é um grande desafio e, para isso, precisamos mobilizar todas as autoridades fluminenses, parlamentares estaduais e federais, além da sociedade civil, principalmente aqui na região Norte”, disse Francisco Roberto.
Com 577 km de trilhos previstos, sendo 170 km no Espírito Santo e 407 km no Rio de Janeiro, a ferrovia se conectará à malha ferroviária de Nova Iguaçu (RJ) e à Estrada de Ferro Vitória-Minas, no município de Cariacica (ES). O traçado também interligará os terminais portuários do Porto de Ubu, em Anchieta (ES), do Porto Central, em Presidente Kennedy (ES), do Porto do Açu e do Distrito Industrial de São João da Barra (ambos no RJ), além do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí.
De acordo com um levantamento realizado pela Firjan, a construção da fase inicial da EF-118 poderá gerar R$ 2,5 bilhões no PIB (Produto Interno Bruto) da região; criar 68 mil empregos diretos e indiretos; arrecadar R$ 457 milhões em impostos estaduais e federais; e acrescentar R$ 1 bilhão em salários para a força de trabalho.
O projeto tem como objetivos ampliar a captação de cargas, fomentar a instalação de indústrias na retroárea portuária e possibilitar a formação de pólos industriais ao longo do traçado, que atravessa 25 municípios.
Os estudos para a construção da EF-118 já foram concluídos. Nos próximos passos, o Ministério dos Transportes prevê realizar a audiência pública obrigatória para o projeto, seguida pelos trâmites jurídicos no Tribunal de Contas da União (TCU). Após essas etapas, o edital e o leilão serão lançados, culminando na assinatura do contrato de concessão. Ainda de acordo com o Ministério, a previsão é que a concessão da rodovia aconteça em 2025.
Por José Carlos Silva Souza
* Conteúdo publicado na Revista Manchete RJ