
A 105ª DP (Petrópolis) encontrou nesta quarta-feira (25) restos mortais que seriam de Anic, desaparecida desde fevereiro deste ano após ter sido sequestrada pelo ex-amante. Lourival Fatica confessou tê-la assassinado e enterrado o corpo na garagem de casa na Rua Alberto Sabin, em Teresópolis.
O corpo encontrado na casa de Lourival Fatica, que seria de Anic Herdy, vai passar por uma perícia e por um exame de DNA para confirmar se os restos mortais são mesmo da advogada.

Corpo, em estágio avançadíssimo de decomposição, tinha torniquete no pescoço, cabelos escuros, era de mulher e estava enrolado em um plástico-bolha.
A Polícia Civil fez uma operação de busca no endereço apontado por Lourival, e uma britadeira precisou ser usada por horas para escavar o local por cerca de 1 metro de profundidade. Os agentes conseguiram retirar o corpo por volta das 21h30.
A operação aconteceu no mesmo dia em que Lourival prestou depoimento na 2ª Vara Criminal de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, onde ele deu as informações.
Lourival afirmou, através de sua defesa, que matou Anic com um soco na traqueia em um motel. Ele disse que, depois disso, levou o corpo no seu carro, o enterrou em um buraco e jogou concreto em cima.
Ele também disse, sem provas, ter matado Anic a mando do marido dela, Benjamin. A defesa de Benjamin nega as acusações.
O advogado João Vitor Ramos, que representa o viúvo, disse que a nova versão apresentada por Lourival “se trata de mais um ato de desespero e de crueldade” e que tanto ele quanto seus procuradores serão processados.
A delegada que coordenou as investigações, Cristiana Onorato Miguel, disse que nada foi encontrado contra o marido de Anic.
“Ao contrário do telefone do Lourival, que foi totalmente apagado por ele, o telefone do Benjamim foi periciado e vasculhado de ponta a ponta. Nenhum indício nesse sentido foi encontrado”, afirma.
Nota de defesa do viúvo
“Em relação à 2ª entrevista coletiva convocada e prestada pela defesa de Lourival, a família de Anic entende que se trata de mais um ato de desespero e de crueldade.
Diante do óbvio e inevitável fracasso em tentar imputar a responsabilidade à própria vítima, tese que tentou emplacar quando do início das investigações, Lourival novamente altera a sua versão e agora, após a conclusão das investigações, adota a patética estratégia de desestabilizar Benjamim e Lara, que em breve serão ouvidos em declarações na instrução criminal, ao atribuir a autoria ao marido da vítima.
Como se observa, retirar a vida de Anic não satisfez Lourival. A dor e o sofrimento do marido e dos filhos da vítima também não foram suficientes. Acuado pelo iminente início da instrução processual, que certamente culminará na sua condenação, assim como de todos os indiciados pela autoridade policial e denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Lourival utiliza o holofote proporcionado pela repercussão do caso para se promover e para prosseguir na missão de destruir aquilo que nunca foi capaz de alcançar em sua vida e que sempre invejou em Benjamim, Anic, Nickolas e Lara: A união e o amor de uma família.
Lamentavelmente, essa empreitada conta com o apoio da defesa, que deveria se limitar ao aspecto técnico. Talvez acreditando que o exercício do inafastável direito de defesa lhe confere imunidade absoluta, Lourival, por intermédio dos seus procuradores, há muito prática reiterados abusos e excessos, incluindo-se, a toda evidência, a falsa imputação pública de crime a Benjamim.
Embora a emoção e a impulsividade reclamem resposta à altura, a família de Anic e seus advogados seguirão firmes no respeito ao devido processo legal, sempre observando o sigilo do processo criminal e, principalmente, atuando e dialogando nos estritos limites institucionais.
Portanto, como consequência das declarações formuladas na entrevista coletiva em questão, Lourival e seus procuradores serão demandados na esfera cível, criminal e disciplinar.
No mais, a família de Anic segue acreditando no Poder Judiciário e, principalmente, na minuciosa investigação conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que há meses identificou e denunciou os efetivos responsáveis pelo assassinato de Anic”.
*Com informações do G1