
O caso do jovem esfaqueado por moradores em situação de rua próximo à Igreja na Praça Tiradentes, no Centro de Campos, não foi um incidente isolado, segundo um funcionário do Santuário Diocesano Eucarístico. Em um desabafo gravado que circula nas redes sociais nesta sexta-feira (16), o homem afirma que episódios de desrespeito e baderna têm sido frequentes, supostamente protagonizados por um casal envolvido no ataque criminoso.
No vídeo, o funcionário descreve como o incidente ocorreu e faz um apelo às autoridades do município:
“Uma senhora estava regando as plantas e foi avisar esse casal, que faltou com o respeito com ela. Então, um funcionário da igreja foi falar com eles e acabou sendo esfaqueado. Isso não pode continuar acontecendo. As autoridades não podem permitir isso. Essas pessoas estão trazendo pânico. Será que precisa morrer alguém para tomarem medidas?”, desabafou.

Segundo o último boletim médico divulgado pelo Hospital Ferreira Machado, a vítima encontra-se em estado estável: “Paciente G.C.P, 28 anos, vítima de PAB no tórax, estável no repouso do politrauma.”
Ainda no vídeo, o funcionário afirma que tentou contato com a Prefeitura do município em busca de uma solução, mas não obteve resposta:
“Já busquei a Prefeitura, o Segurança Presente, a Postura, e não obtive retorno. O Segurança Presente ainda nos dá um suporte, mas os outros, nada”, relatou.
Ele também destacou que a igreja busca ajudar quem está em vulnerabilidade social, mas reforçou que este casal é uma exceção:
“Nós, enquanto igreja, trabalhamos com pessoas em vulnerabilidade social, buscamos ajudar. Mas esse casal é diferente. São pessoas que roubam, que não respeitam. Existe uma grande diferença entre pessoas em vulnerabilidade social e pilantras”, concluiu.
Na quinta-feira (15), o Manchete RJ publicou uma reportagem sobre o alarmante crescimento do número de pessoas em situação de rua na cidade. O candidato a prefeito de Campos pelo PT, Professor Jefferson, criticou a comemoração do atual prefeito Wladimir Garotinho sobre a “redução da pobreza” no município: “Wladimir Garotinho está comemorando dados que apontam para uma ‘redução da pobreza’ em Campos. Mas será que esses números correspondem à realidade da população? Infelizmente, não houve redução da pobreza em Campos.”
O casal suspeito de praticar o crime não foi preso até a publicação desta matéria. A 134ª DP, no Centro, investiga o caso. A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campos, para saber um posicionamento do poder executivo sobre o assunto.
Em nota, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social informou que realiza abordagens sociais diariamente através das equipes do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop) com o objetivo de encaminhar pessoas em situação de rua para os abrigos municipais. Porém, a decisão de ir para o abrigo e a permanência nos equipamentos é do indivíduo.
Ainda de acordo com o órgão, o casal envolvido na confusão, inclusive, já esteve em um dos abrigos municipais, mas decidiu não permanecer.
O município de Campos possui quatro abrigos para onde as pessoas em situação de ruas são encaminhadas e atendidas, sendo eles: Manoel Cartucho, Casa de Passagem, Lar Cidadão e uma Organização da Sociedade Civil (OSC) cofinanciada pela SDMHS. Juntos, os abrigos têm 120 vagas.