
Lagoa de Cima, um dos pontos turísticos mais bonitos e requisitados de Campos, está sendo maltratada por uma série de construções irregulares às suas margens. Sem fiscalização adequada, a lagoa está perdendo suas características originais e se transformando em um grande canteiro de obras. Em contato com a reportagem, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) afirmou que quem é responsável por fiscalizar este local é o município.
Vale ressaltar que Lagoa de Cima é uma Área de Proteção Ambiental (APA) e, por lei, as construções devem ser realizadas a uma distância mínima de 100 metros da água. No entanto, as imagens obtidas pela reportagem do Manchete RJ mostram que essa regulamentação não está sendo respeitada. É possível notar que além de casas e bares, até entulho é visível perto das águas, além das construções que continuam a todo vapor.
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A reportagem está desde a manhã de quarta-feira (17) solicitando um posicionamento da Prefeitura de Campos, por meio da Subsecretaria Municipal de Meio Ambiente, mas até esta quinta-feira (18) não obteve resposta.
Bióloga vê futuro do local ameaçado
A bióloga e jornalista Sônia Guimarães, que morou em Lagoa de Cima por 15 anos, vai além das construções irregulares; ela faz um alerta de como o crescimento dessas obras naquele espaço afeta a qualidade de vida dos moradores e até mesmo dos visitantes.
“Lagoa de Cima hoje tem um cenário pitoresco, mas que poderia ser um lugar muito bem aproveitado para a conservação da fauna e da flora da nossa região, para que as pessoas tivessem um local de lazer bastante apropriado, e a gente não vê isso. Está galopante a velocidade com que estão ocupando essas áreas. Além disso, para fazer construções na beira da lagoa, as pessoas arrancam as árvores, que são a mata ciliar, que protege tanto os peixes quanto a qualidade da água. Também tem a questão da fossa, que é muito importante se falar. Também tem essa questão de estar realmente assim, as pessoas não respeitam. Está totalmente descontrolado isso lá na Lagoa de Cima. Sem nenhuma fiscalização. Acho que a tendência é a coisa ficar bem ruim ali”, explicou.

Para o futuro, Sônia tem uma previsão pessimista em relação às obras irregulares:
“Eu acho que o impacto é muito forte. As alterações provocadas pelo homem, pelo ser humano ali, são muito grandes. Então acho que a gente vai ouvir falar coisas bem ruins de Lagoa de Cima num curto espaço de tempo, se alguma medida não for tomada”, concluiu.
Lagoa de Cima
Situada a 20 quilômetros da área urbana de Campos dos Goytacazes, a Lagoa de Cima é um dos patrimônios ambientais e turísticos da cidade. Abastecida pelos rios Urubu, Imbé e por três córregos, ela possui 18 quilômetros de circunferência. Nos finais de semana e feriados a lagoa é um point turístico dos campistas.
