
Para o delegado Marcos Buss, titular da 25ª DP (Engenho Novo), há indícios suficientes para acreditar que Suyany Breschak é a mandante do assassinato do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond. Ela se dizia cigana e prestava orientação espiritual à namorada da vítima, a psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, que se entregou na última noite. Para a polícia, a mulher, presa desde o dia 28 de maio, orquestrou todo o crime, incluindo a dosagem de analgésicos que levou o homem à morte.
Suyany acumula mais de 400 mil seguidores nas redes sociais. Ao longo de 10 anos, ela teria realizado diversos trabalhos espirituais para Júlia. A psicóloga namorava Luiz Marcelo, com quem começou a morar junto um mês antes do assassinato.
O delegado Marcos Buss pondera que todas as informações são ainda preliminares, contudo, reforça ter elementos suficientes de que Suyany exercia forte influência em Júlia, que acreditava estar com a vida nas mãos dela.
Júlia tinha uma dívida de cerca de R$ 600 mil, dos quais já havia quitado R$ 200 mil. Segundo testemunhas, a mulher acreditava que Suyany poderia fazer mal a ela e a sua família, atribuindo problemas diários, como questões de saúde e acidentes domésticos, a “feitiços” realizados pela suposta cigana.
A psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, deixou a 25ª DP (Engenho Novo) no fim da manhã desta quarta-feira e foi levada para a Casa de Custódia de Benfica pela polícia. Sua advogada Hortência Menezes a acompanhou. Ela ficou em silêncio ao ser interrogada pelos agentes após se entregar na delegacia na noite de terça-feira. A mulher teria envenenado o companheiro ao dar a ele um doce brigadeirão envenenado com comprimidos de um forte analgésico. Júlia estava foragida desde 28 de maio.
Em depoimento à polícia, em 3 de junho, representantes de uma farmácia na Zona Norte do Rio afirmaram que Júlia comprou uma caixa de analgésicos com morfina no dia 6 de maio, 12 dias antes da morte de Luiz Marcelo. A compra de R$ 158 foi realizada, segundo narraram, com apresentação de receita. O remédio, feito com morfina, é apontado como possível causa da morte do empresário.
A suspeita de uso do remédio para envenenar o empresário surgiu a partir do depoimento de Suyany Breschak, mulher que se apresenta como cigana e fazia trabalhos espirituais para Júlia. Presa em 29 de maio, Suyany disse que a cliente havia confessado ter moído cerca de 60 comprimidos de analgésicos e os misturou no preparo de um brigadeirão, depois servido a Luiz Marcelo.
*Com informações do G1