
A Justiça do Rio manteve a prisão de Paulo Sérgio de Lima, de 29 anos, sequestrador que manteve 16 pessoas reféns dentro de um ônibus na Rodoviária Novo Rio, na última terça-feira (12). Em audiência de custódia, realizada na tarde desta quinta-feira (14), o juiz Pedro Ivo Martins Caruso D’Ippolito converteu a prisão em flagrante para preventiva.
Na decisão, o juiz citou como agravante o histórico dele no sistema prisional: “O custodiado ostenta diversas passagens pelo sistema criminal, e encontrava-se foragido do Sistema Penitenciário. Dessa forma, no caso em concreto, extrai-se, da empreitada delitiva, elevada audácia e destemor do custodiado”, escreveu. O criminoso foi encaminhado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na quarta-feira (13), mas deverá ser transferido para outra unidade prisional. Durante a audiência de custódia o advogado de Paulo Sérgio pediu ao juiz que o seu cliente fosse levado para um presídio neutro. O pedido foi aceito e, segundo a decisão, um ofício será encaminhado à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para que seja feita a transferência.
Antes do sequestro, o preso já possuía duas passagens pela polícia, sendo todas por roubo à mão armada. Ele também havia sido preso em 2019 e saído do sistema penitenciário em março de 2022. Segundo as investigações, Paulo Sérgio teria participado de um roubo a van e atirado contra traficantes da Rocinha, na Zona Sul, onde ele morava, no último domingo (10). Estes episódios resultaram na tentativa de fuga do homem para Juiz de Fora, em Minas Gerais, e, consequentemente, no sequestro ao coletivo.
Na terça-feira (12), quando aconteceu o episódio na rodoviária, imagens de uma câmera de segurança do guichê da Viação Sampaio, empresa responsável pelo ônibus sequestrado, registraram o momento em que o criminoso comprou a passagem com dinheiro em espécie, faltando pouco mais de 40 minutos para o embarque.
O delegado Mário Jorge, titular da 4ª DP (Praça da República), responsável pelas investigações, detalhou a dinâmica do bandido. “Ao efetuar o pagamento da passagem, ele tirou um pacote de dinheiro e achou que chamou a atenção das pessoas que estavam no local, que, na sua visão, eram policiais. Quando o ônibus estava saindo da rodoviária, houve uma falha mecânica. Então, o motorista pediu auxílio e saiu do coletivo. Neste momento, [o sequestrador] achou que ‘policiais’ iriam pegá-lo. No entanto, entraram passageiros e ele fez menção de entregar a arma, como se as pessoas fossem da polícia. Um deles se assustou, saiu correndo e foi baleado”, pontuou o delegado.
*Com informações de O Dia