
O dono da Laje do Neguinho Hostel, onde o produtor Bruno de Souza Rodrigues estava escondido no Moorro do Vidigal, presta depoimento na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), nesta terça-feira (20).
José Cornélio Pereira da Silva chegou na especializada por volta de 10h40. Bruno é o principal suspeito de matar o ator Jeff Machado e foi preso no hostel na quinta-feira (15).
A Polícia Civil investiga se o suspeito foi favorecido por alguém enquanto fugia para não ser preso. A polícia queria saber os detalhes da hospedagem de Bruno no hostel, como ele chegou na comunidade e ficou lá.
José contou que Bruno chegou ao hostel no dia 7 de junho, de mototáxi, se identificou como Natan e afirmou que precisava se hospedar por um mês. O produtor oagou R$ 1,2 mil pelo período de hospedagem mais R$ 100 da chave.
O dono da hospedagem contou ainda que não reconheceu Bruno e que o suspeito do assassinato de Jeff Machado chegou a fazer uma uma proposta de realizar eventos e festas na laje do hostel, afirmando ser produtor de festas grandes.
“Eu vi ele umas três vezes só. Em nenhum momento desconfiei [de ser um foragido], acho que foi uma surpresa para toda a comunidade porque ele parava nos bares, bebia cerveja, fazia o networking dele”.
Em troca de mensagens, Bruno teria proposto ao dono do hostel que eles começassem uma sociedade no local. O homem pretendia fazer festas na laje de José.
“Me fez uma proposta de fazer eventos e festas lá na Laje e disse que era produtor de festas grandes. Ele disse que queria ter uma vida normal”, conta José.
Segundo o dono do hostel, Bruno pagou R$ 1,3 mil pela hospedagem e usou nome falso, se identificando como Natan.
Bruno passou cerca de 8 dias escondido na favela do Vidigal. Segundo o dono do hostel, ele chegou lá no dia 7 de junho e estava se disfarçando entre os moradores.
“Em nenhum momento desconfiei, acho que foi uma surpresa para toda a comunidade porque ele parava nos bares, bebia cerveja, fazia o networking dele”, relata o homem.
Relembre o caso
Bruno ficou foragido da Justiça por 15 dias desde que um mandado de prisão foi expedido no dia 1ºde junho. O outro suspeito do crime, Jeander Vinícius, foi preso pela Polícia Civil no dia 2.
O corpo de Jeff foi encontrado em um baú enterrado a 2 metros de profundidade e coberto de concreto em um casebre em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, no dia 24 de maio.
Segundo a polícia, o sonho de Jeff em deslanchar na carreira artística foi usado contra ele para que Bruno e Jeander pudessem obter ganho fácil.
Sem parentes no Rio de Janeiro e vivendo em um lugar afastado, Jeff foi considerado uma “vítima perfeita”, de acordo com a polícia.
Os investigadores afirmam que Bruno se passou pela vítima para alugar a casa usada para ocultar o corpo.
Segundo Jeander, padeiro, pedreiro e garoto de programa que atendeu Bruno, o produtor dopou Jeff na casa do ator e o matou afirmando que o prometido papel em uma novela finalmente ia sair.
Depois de matar e desovar o corpo, Bruno ainda abandonou os oito cães da vítima, e por isso vai responder pelo crime de maus-tratos.