
A Polícia Civil do RJ classificou o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o Oruam, de 25 anos, como de “alta periculosidade” — o 2º nível em uma escala de 4. A definição consta na Guia de Recolhimento de Presos elaborada pela Polinter e enviada à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). O documento faz parte do processo contra o artista.
O rapper se entregou à polícia na terça-feira (22), após a Justiça do Rio emitiu um mandado de prisão preventiva contra o cantor. Oruam foi indiciado por sete crimes (tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal) após, segundo a Polícia Civil, impedir a apreensão de um menor procurado por tráfico e por roubo na noite de segunda (21).
A guia também inclui uma foto de Oruam tirada no sistema prisional. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo.

Na tarde de quarta-feira (23), a Justiça do Rio manteve a prisão do rapper. Na audiência, a juíza Rachel Assad da Cunha destacou que a audiência de custódia serve apenas para verificar a legalidade da prisão e eventuais maus-tratos, e que não cabe à Central de Audiência de Custódia (CEAC) rever decisões judiciais anteriores.
Para evitar tumulto, a Polícia Civil do RJ decidiu que o rapaz passaria por exame de corpo de delito na delegacia onde estava preso. Um perito foi até o local.
Durante o exame, realizado na sede da Polinter, na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, Oruam negou ter sofrido “agressões, tortura ou outros tratamentos cruéis” por parte dos policiais.
A perícia identificou um machucado em uma das mãos do cantor. Segundo ele, o ferimento ocorreu quando tentou fugir dos agentes na noite de segunda-feira (21) e caiu no chão.
O exame foi acompanhado pelo advogado de Oruam, Adalberto Santos Pereira. A banca de advogados que faz a defesa do cantor disse que vai se pronunciar ao longo do dia.
Oruam está preso na Penitenciária Serrano Neves, conhecida como Bangu 3, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio. Ele foi levado para a Ala A, de detentos “neutros”. A Ala B é destinada a chefões do Comando Vermelho (CV).
O pai do rapper, o traficante Márcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, é apontado pela polícia como o principal chefe da facção e está atualmente detido no Presídio Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. É acusado de assassinato, formação de quadrilha e tráfico.
Bangu 3 também abriga outros presos considerados de alta periculosidade do CV, como Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor; Leonardo Farinazo Pampuri, o Léo Barrão; Alexander de Jesus Carlos, o Choque; e Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho.
*Com informações do G1