
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) manteve, em julgamento na tarde desta quarta-feira (30), a interdição de São Januário. Por dois votos a um, o estádio seguirá com portões fechados, mas está liberado para receber jogos sem público. O Vasco poderá recorrer da decisão no Supremo Tribunal de Justiça, em Brasília.
O Vasco, no entanto, tem conversas em andamento com Ministério Público do Rio de Janeiro por um Termo de Ajustamento e Conduta (TAC). Seria um acordo com MP. Caso isso aconteceça, o processo se extingue. O advogado Rodrigo Siqueira fez a defesa do Vasco.
A relatora desembargadora Renata Cotta e desembargador Carlos Santos de Oliveira votaram contra a liberação. A desembargadora Andréa Pacha queria que o estádio fosse liberado para receber público.
O caso foi julgado pela Segunda Câmara de Direito Privado em sessão presencial na sede do tribunal, no Palácio da Justiça, Centro do Rio. São Januário não abre os portões para público há 69 dias, desde o dia 22 de junho, na derrota do Vasco para o Goiás, pela 11ª rodada do Brasileirão.
Os desembargadores consideraram prematura a liberação do estádio até a realização da perícia. Fato lamentado pelo Vasco, que aguarda a conclusão da perícia. A perita pediu 90 dias para concluir, mas Justiça havia determinado, anteriormente, que a perícia fosse concluída em 30 dias. Ja se passaram 69 dias.
O desembargador Fernando Foch, que presidia a sessão, iniciou o julgamento com reflexão sobre o que “emociona ou não”, citando números de moradores de rua no Rio de Janeiro e em São Paulo, citou a “escória humana” na “cracolândia” e disse que nada disso “nos emociona, mas o futebol nos emociona”.
Lembrou que havia processo do Vasco e ameaçou prender quem se comportasse “como numa arena” no tribunal.
– Devo dizer que isso não é uma arena, as emoções que fiquem numa arena. Exijo compostura – abriu a sessão o desembargador.
*Com informações do GE