
A reportagem do Manchete RJ teve acesso com exclusividade, nesta sexta-feira (11), ao laudo da perícia e à conclusão da Polícia Civil sobre o episódio da facada envolvendo o vereador Paulo Cothé, que supostamente teria acontecido durante um evento em Campos, no mês de maio. A 134ª Delegacia Policial encaminhou o caso ao Ministério Público, que irá definir os próximos passos da investigação.
Antes de apresentar as atualizações por parte da Polícia Civil, voltamos ao dia 27 de maio, quando Cothé alegou ter sido atingido por uma facada na região abdominal enquanto participava de um evento em uma casa de shows. O vereador chegou a sofrer um ferimento nessa região e, de acordo com sua versão, um suspeito chegou a ser detido pelos seguranças do local, mas foi liberado em seguida por falta de provas.
No laudo feito por um perito da Polícia Civil, ao qual o Manchete RJ teve acesso na íntegra com exclusividade, os relatos de Paulo Cothé não coincidem com a análise técnica realizada.
A primeira inconsistência no depoimento está relacionada às manchas de sangue. Em seu relato à Polícia Civil, o vereador afirmou que o corte “sangrou bastante”, mas o perito relatou que “não foi observada nenhuma mancha na blusa”.

Outro ponto de divergência entre as versões é o corte na blusa. A vestimenta que Paulo apresentou à Polícia tinha um corte na lateral esquerda do corpo (foto abaixo) e muito acima da linha do umbigo. No local onde estava rasgado, não havia ferimentos.


Vale ressaltar também que Paulo Cothé não procurou atendimento médico. Aos policiais, ele afirmou que fez o curativo em casa.

Diante dessas informações, a delegada Carla Tavares, responsável pelo caso, aditou o registro de ocorrência original, acrescentando que foi configurada falsa comunicação de crime, além de falso testemunho. Foi apurado pela reportagem que em análises feita das imagens da casa de shows, não foi possível notar nenhuma agressão contra o vereador.
Agora, a investigação está com o Ministério Público, que pode até determinar a prisão do vereador.
A reportagem do Manchete RJ entrou em contato com Paulo Cothé, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.