
O Governo do Estado do Rio prestigiou, na noite desta segunda-feira (22/5), a cerimônia de abertura da 5ª edição da LER – Festival do Leitor, o maior evento literário do país, no Maracanãzinho, no Rio. A primeira-dama e presidente de honra do RioSolidario, Analine Castro, e secretárias de Estado das pastas de Educação, Mulher e Cultura representaram as ações do Governo em prol das mulheres.
O pontapé inicial do movimento literário foi a “Conversa com Malala”, ativista paquistanesa reconhecida mundialmente por lutar pelo direito à educação das mulheres. Malala Yousafzai é também a mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz. O bate-papo, mediado pela jornalista Maju Coutinho, contou com a participação de educadores e integrantes de projetos sociais.
– Estamos aqui não somente representando o comprometimento do governo estadual com políticas voltadas para mulheres, com ações como a criação da Secretaria da Mulher. Hoje temos também a oportunidade de ouvir uma das vozes femininas que mais ecoa em todo o mundo na luta pelo direito à educação das mulheres. Essa importante conversa, sem dúvidas, nos enriquece como pessoa – declarou a primeira-dama, Analine Castro.
Durante o evento, alguns equipamentos do Governo do Estado como a Biblioteca Parque e a Casa Abrigo Lar da Mulher – lar temporário que acolhe vítimas de violência doméstica – foram homenageados e arrancaram aplausos do público.
A LER, que conta com apoio do Sesc-Rio, reforça o compromisso de valorizar, escutar, respeitar e ler as vozes de todos, em especial as mulheres. Na abertura, o público pôde assistir à apresentação inédita do Ballet Dalal Achar e da Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga, formada por 52 instrumentistas meninas.
– Tive a grande oportunidade de viajar ao redor do mundo e estou muito feliz em estar aqui. Para ter um bom futuro, a educação é fundamental, e as meninas estão lutando pelos seus direitos. Meu sonho é que toda mulher e toda menina em todo mundo possa ir à escola. Não sei quando isso vai acontecer, mas vou fazer o meu melhor por isso. Podemos desempenhar cada um o nosso papel para impactar o mundo de uma forma gigante – exaltou Malala.
Convidada para subir ao palco ao lado de outras mulheres, a secretária de Estado da Mulher, Heloísa Aguiar, destacou a importância da união das vozes femininas.
– Quando falamos de Malala Yousafzai, tratamos de uma voz destemida em busca da igualdade. Uma voz que conquistou o mundo com sua força e resiliência. Sua presença é uma lembrança poderosa de que o trabalho de defesa dos direitos humanos está longe de terminar. Hoje, unimos nossas vozes para expressar profunda gratidão pela presença de Malala e por sua incansável luta pelas meninas – comemorou Heloísa.
A secretária de Educação, Roberta Barreto, falou que Malala inspira um ensino sem fronteiras:.
– Malala é inspiração para a educação que tanto desejamos, sem fronteiras e de direitos iguais para todos, e, em especial, para que as meninas e mulheres trilhem seus sonhos e lutem por um lugar de destaque na sociedade em que vivem. – pontuou.
Sobre a LER
A LER – Festival do Leitor é um movimento criado para despertar a paixão pela leitura. São encontros que acontecem ao longo de todo o ano, promovendo experiências em torno do livro, com um olhar cultural e educacional, propondo reflexões e novos caminhos. Um encontro sobre livros e ideias diferentes: acolhedor e estimulante.
A edição de 2023 se encerra em novembro, no Píer Mauá. A última temporada aconteceu no mesmo local e contou com a participação de mais de 1.000 autores, em mais de 600 atividades e atrações paralelas dirigidas para a literatura e para a educação, por meio da música, do circo, do teatro e de atividades multidisciplinares. Ao longo de uma semana mais de 250 mil pessoas marcaram presença.
Malala: uma história de inspiração e luta pelo direito à educação das mulheres
Malala é uma ativista paquistanesa reconhecida mundialmente por lutar pelo direito à educação das mulheres e meninas no Paquistão, desde os dez anos de idade. Usando um pseudônimo, escreveu para a BBC Urdu contando como era a vida sob o domínio do Talibã. Em outubro de 2012, sofreu um ataque do grupo terrorista enquanto voltava da escola, mas sobreviveu e seguiu com o seu propósito de lutar pela educação para todos. Foi agraciada com inúmeros prêmios, entre eles o Prêmio Nobel da Paz, em 2014.
Hoje, Malala vive na Inglaterra e segue defendendo o acesso universal à educação por meio do Fundo Malala. Autora de “Eu sou Malala”, publicado também nas versões juvenil e infantojuvenil, “Longe de casa” e “Malala e seu lápis mágico”, ela inspira jovens, adultos e crianças pelo mundo.