
Nos últimos anos, as pesquisas eleitorais têm vivido um período conturbado. Em Campos, especificamente, no ano de 2020, uma pesquisa do Ibope indicava 57% das intenções de voto para Wladimir Garotinho contra 43% de Caio Vianna no 2º turno. No entanto, o resultado final foi diferente, com Wladimir vencendo por 52% contra 47% de Vianna. Ou seja, uma distorção de 9 pontos percentuais.
Epidemia de pesquisas fraudulentas
A jornalista Berenice Seara publicou, em sua coluna na semana passada, que o Estado do Rio está enfrentando uma epidemia de pesquisas eleitorais contestadas ou consideradas fraudulentas, com muitas sendo retiradas do ar. Berenice foi categórica ao destacar o problema: “São pesquisas com indícios de fraudes, realizadas por institutos de fundo de quintal, que não contam sequer com estatísticos na equipe.”
Em São Francisco de Itabapoana, o juiz da 130ª Zona Eleitoral deferiu recentemente duas liminares suspendendo a divulgação de pesquisas eleitorais realizadas no município, como noticiado pelo jornalista Arnaldo Neto.
Em 2022, o embate histórico entre o então presidente Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva também revelou discrepâncias entre as pesquisas e o resultado final, colocando em cheque, mais uma vez, a confiabilidade e a metodologia desses levantamentos.
O cientista político Renato Dolci afirma que, especialmente no Sudeste, há aspectos “menos metodológicos” que as pesquisas não vêm captando nas últimas eleições.
Com tantos exemplos de divergências entre as pesquisas e os resultados finais, vale lembrar a máxima do futebol: “O jogo só acaba quando termina.” Adaptando para o contexto eleitoral, “as eleições acontecem nas urnas.”