
O Manchete RJ teve acesso às informações sobre os bens apreendidos durante a Operação Caballus, que investiga uma quadrilha suspeita de lavar dinheiro por meio de licitações fraudulentas. De acordo com a Polícia Civil, 45 cavalos, avaliados em cerca de R$ 6 milhões, e 11 veículos — sendo três de luxo — foram apreendidos durante a ação realizada na manhã desta terça-feira (13), em Campos. Tanto os veículos quanto os animais pertencem, segundo a investigação, ao proprietário de um rancho localizado na cidade. (Imagens ao final da matéria)
Além dos cavalos e veículos, também foram apreendidos documentos, computadores e aparelhos celulares. Os carros de luxo são: um Porsche avaliado em R$ 1,7 milhão, uma Dodge RAM (R$ 370 mil) e uma BMW X1 (R$ 350 mil). Ao todo, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em diferentes endereços.
Esquema de lavagem de dinheiro
Segundo as investigações, o esquema funcionava da seguinte forma: o grupo criminoso, formado pelos investigados, operava por meio de, pelo menos, três empresas de fachada. Essas empresas eram sistematicamente declaradas vencedoras em licitações realizadas sem concorrência real. Os recursos públicos, então, eram desviados e, em tese, arrecadados de forma ilegal para o possível líder da organização criminosa, identificado pelas iniciais W.C.L., proprietário de um rancho em Campos.
Em resposta ao Manchete RJ, a delegada Ana Carolina Medeiros, responsável pelo caso, informou que ainda não é possível determinar com precisão quando as fraudes licitatórias tiveram início. No entanto, foram identificadas transações consideradas suspeitas entre os anos de 2018 e 2023, tanto por parte dos investigados quanto das empresas envolvidas, que somam, no mínimo, R$ 220 milhões, valor este já bloqueado pela Justiça.
O Manchete RJ entrou em contato com o dono do rancho, solicitando um posicionamento sobre a operação. Ainda não houve retorno.
Licitações na área da saúde
As licitações investigadas eram voltadas para a área da saúde, com o objetivo de fornecer medicamentos e materiais hospitalares. Além da Prefeitura de Campos, as fraudes também ocorreram em pregões realizados pelas prefeituras de Niterói, Quissamã e São Fidélis.
Ainda segundo a Polícia Civil, parte dos valores arrecadados pelas empresas contratadas era destinada ao pagamento de impostos vinculados ao rancho, caracterizando indícios de lavagem de dinheiro.
A delegada destacou que esta é apenas a primeira fase da investigação. A Polícia Civil seguirá apurando o envolvimento de outros suspeitos, visando identificar o real prejuízo aos cofres públicos e recuperar os valores desviados de forma ilícita.