
Lara Maria Tavares Aquino, irmã de Carlos Eduardo Aquino e filha de Eliana Tavares, contou que o irmão começou o histórico de agressões à mãe já na adolescência. Segundo ela, antes mesmo da família tomar conhecimento que qualquer uso de drogas, ele já demonstrava ser uma pessoa agressiva. Ela também disse que ele era uma pessoa que sabia agir para se beneficiar e como a mãe não sabia se defender, que o irmão usava de força, gritos e violência. Diferente do pai, Lara falou na presença do irmão.
A jovem relatou que vários bens da família, como carro, moto e bicicleta, já foram quebrados por Carlos Eduardo, segundo o relato da irmã. Ela também contou que o nariz da mãe já havia sido quebrado pelo irmão. “Ele falava, já que bater em você não tá resolvendo, vou quebrar as suas coisas”, relatou.
Ela também disse que ele sabia se utilizar do carisma, com pessoas de fora, para conseguir as coisas que queria.
“Eu comecei a reagir, por isso ele começou a me agredir. Eu tentava ter voz, mesmo sem conseguir, naquele ambiente caótico”, disse Lara.
Ela disse que em determinadas fases os conflitos aconteciam toda semana, mas que a mãe sempre voltava a falar com o irmão. “Os motivos eram estúpidos, qualquer coisa gerava uma agressão muito grande”, disse Lara.
Ela contou que quando ela tinha entre 16 e 17 anos, e o irmão descobriu que ela estava namorando, através de conversas no celular da mãe, e que ele ficou tão revoltado que quebrou o nariz da mãe. “Ele sempre se sentiu no poder da minha vida” , disse.
“Ele gostava de fazer brincadeira comigo me afogando, me colocando medo”, lembrou a irmã.
Ele a levava para o fundo no mar e a deixava se afogando e se divertia com aquilo, detalhou Lara, lembrando que desde cedo o irmão manteve comportamento agressivo.
Ameaças
Ela disse que por várias vezes o irmão disse que ia matar a mãe e que ela nunca quis acreditar que ele fosse capaz, mas que ela tinha dentro de si que um dia isso podia terminar numa tragédia.
Ela soube pela ex-namorada de Cadu, a Laura, que o irmão havia proibido a mãe de ser amiga da Laura e que ele se revoltou quando soube da proximidade das duas.
“De acordo com ela a minha mãe tava com muito medo, que alguma coisa pudesse acontecer com ela, que ele tava com muito ódio da minha mãe”, contou.
Lara contou também que o irmão não trabalhava e que era sustentado pelos pais. Que o irmão gostava de restaurantes caros e de sair, mas que com o aumento do uso das drogas ele passou a ficar mais em casa. Segundo ela, Cadu todos os dias de manhã comia um salgado e tomava uma Ice. “E se não tivesse dinheiro ele pegava fiado”, disse.
Ela também contou que o irmão começou a pegar coisas dos pais, como o relógio do pai, para vender e que inventou ter uma dívida numa comunidade, para tirar dinheiro dos pais. “Meu pai tinha tanto medo que ele dormia de porta trancada”, contou.
“A pior situação pra mim foi quando ele me agrediu, que eu estava machucada, nariz sangrando, testa inchada e que mesmo assim os policiais não levaram ele”, detalhou Lara.
Ao assistente de acusação, Lara relatou que o irmão queria se formar para ter dinheiro, mas que não falava em pagar as dívidas. Ela disse que ele era extremamente inteligente, que sempre se destacou entre os alunos.