
O município de Campos já teve força industrial, agropecuária forte, clubes de futebol, um imponente Jockey, grandes peças de teatro, livraria mais antiga do Brasil, um jornal centenário (Monitor Campista), um belo Palácio da Cultura e Carnaval respeitado. Mas nos últimos 20 anos, mesmo com toda fartura dos royalties, tudo isso acabou. A cidade ficou rica e ao mesmo tempo empobreceu, como se vivesse uma espécie de maldição.
A Praça São Salvador exemplifica muito bem a maldição dos royalties e o desperdício. Antes dos royalties a Praça era bonita, clássica e arborizada. Depois dos royalties, com um investimento de R$ 40 milhões na gestão Arnaldo Vianna, ela perdeu muito da sua beleza e da sua história. Virou uma frigideira nos dias de calor e, nas noites, seus arredores são marcados pela extrema pobreza com dezenas de moradores de rua.
Mas como pode uma cidade empobrecer após ficar rica? A explicação é simples: poder pelo poder.
Nos últimos 35 anos os mesmos grupos políticos governaram 31 anos. E para esses grupos, ganhar a eleição é mais importante do que deixar marcas e fazer a cidade prosperar. Foi criada uma fórmula: milhões com assistencialismo, obras estratégicas para angariar votos e segurar uma boa “estrutra” para manter cabos eleitorais. Há também o programa “meu empreiteiro, minha vida”, com as mesmas figuras se revezando por décadas.
A mesma cidade do Palácio da Cultura fechado, tem R$ 200 milhões por ano para RPAs. A cidade que não tem transporte, mantém milhares de pessoas aprisionadas no assistencialismo. Ou seja, dinheiro tem!
Este é o retrato da cidade que empobreceu quando ficou rica.