
A empolgação do vereador Nildo Cardoso em defender, nesta semana, o atual governo de Campos contrasta com uma possível falta de memória do período em que ficou à frente da Agricultura — de janeiro de 2017 a outubro de 2019. Quando teve nas mãos a possibilidade de criar ações para o setor, umas das principais vocações do município, não entregou resultados positivos.
Ao assumir o cargo, no governo Rafael Diniz, o alvo de Nildo era a “herança cheia de irregularidades” deixada por Rosinha Garotinho. O atual vereador fez um balanço de como era a estrutura da pasta, até mesmo ameaçando acionar a Justiça e a Polícia Civil: “As máquinas estão sucateadas. Muitas peças não foram encontradas. Faremos um levantamento de tudo e, se necessário, tomaremos as medidas judiciais cabíveis”, disse o atual vereador ao site da Prefeitura em 9 de janeiro de 2017, completando:
“O município tem apenas uma carreta Ford Cargo, que serve para transportar máquinas e equipamentos. Durante a vistoria, vimos que o veículo estava sem o motor e sem a prancha. Se as peças não forem encontradas, farei um registro policial”.
Durante os 22 meses que esteve à frente do setor, nada de avanços no setor, uma das principais vocações do município. Projetos frustrados de resfriamento de leite e de produção de ovos caipiras, além de pouca articulação política para garantir emendas federais. Para ser ter uma ideia, o principal programa de Agricultura do período, o Tomatec, foi realizado pela Codemca em parceria com a Embrapa, sem o apoio da sua superintendência.
Nildo foi exonerado pelo prefeito Rafael Diniz em outubro de 2019, após não avançar nas políticas públicas da Agricultura. Atualmente vereador, ele “trocou de lado” em 2023, pulando para a base aliada do prefeito Wladimir Garotinho. Nesta semana, Nildo e membro do governo municipal apresentaram o projeto do Centro de Abastecimento e Polo Agroalimentar (Ceascam), antigo Ceasa, que já tinha sido mostrado no governo Rafael. Porém, com falhas, não foi à frente na época que Nildo era superintendente de Agricultura.