
Na noite de quarta-feira (9), o Bangu, tradicional clube carioca, anunciou que será patrocinado pela rede campista de supermercados Super Bom no espaço mais nobre da camisa. Com sua grande concentração de lojas (13!) e boa parte do faturamento bilionário do Grupo Barcelos em Campos, fica o questionamento: por que não investir nos clubes locais?
Não é segredo que Americano, Campos e Goytacaz vivem uma grande crise financeira, tendo que lutar arduamente para honrar seus compromissos e, muitas vezes, nem conseguem. Passarinhos ligados aos clubes contaram ao jornalista que aqui escreve que não houve propostas nem consultas para viabilizar algum patrocínio ou investimento do Grupo Barcelos. Porém, em Bangu, onde a empresa não tem nenhum supermercado, a rede viu uma oportunidade de viabilizar um negócio.
Em 2016 e 2017, a marca da rede esteve estampada na camisa do Campos Atlético, o famoso Roxinho. Anteriormente, o Rio Branco de Campos também já havia sido patrocinado. Porém, ambos os projetos estavam atrelados à construção de um supermercado no terreno dos clubes. No Roxinho, não andou; já no Rio Branco, em um terreno próximo, foi construído um shopping pelo grupo.
Com os clubes campistas agonizando em dívidas, um deles licenciado de competições profissionais e de base, e o outro buscando investimento de empresas estrangeiras para respirar, quem poderia ajudar, ajuda os vizinhos, enquanto os campistas ficam a ver navios.
Fica também o reflexo do abandono do esporte campista, que já teve grandes protagonistas como o campeão mundial Didi “Folha Seca” e clubes com torcidas apaixonadas que já tiveram campanhas de destaque nacional, como Goytacaz e Americano, e que hoje lutam para sobreviver.
Mas, como diz um velho ditado, a grama do vizinho é sempre mais verde…