
Apesar da gravidade do incêndio ocorrido nesta segunda-feira (21) na plataforma PHC-1, na Bacia de Campos, o episódio não deve impactar as receitas de royalties dos municípios produtores de petróleo do Norte Fluminense. A avaliação é de um especialista do setor, que aponta questões geopolíticas internacionais como principal fator de influência no mercado do petróleo neste momento.
A PHC-1, pertencente à Petrobras, estava fora de operação desde 2020, sem realizar extração ativa de petróleo. Com isso, o incêndio não compromete diretamente a produção atual da região, nem altera os volumes que servem de base para o cálculo dos repasses mensais de royalties às prefeituras.
Para o especialista em petróleo Wellington Abreu, o impacto do incidente é bastante limitado. “O impacto virá por questões geopolíticas, em detrimento do tarifaço imposto pelo presidente americano, que alterou bastante os preços do petróleo no mês de abril. Com relação ao incêndio e à paralisação de uma plataforma, o impacto é muito pequeno. O preço vai impactar bem mais que a produção desta plataforma”, avaliou.
Nas últimas semanas, o mercado internacional do petróleo vem sofrendo os efeitos das novas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos, o que contribuiu para uma forte queda no valor do barril, que chegou a ser negociado abaixo dos US$ 60.
Mais cedo, o prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho, usou as redes sociais para comentar o caso. “Uma explosão aconteceu hoje em uma plataforma na Bacia de Campos, felizmente sem vítimas. Falei há pouco com o presidente do Sindipetro, que ainda está avaliando quais medidas serão tomadas. A principal plataforma de produção da nossa bacia já havia sido interditada na semana passada e esses incidentes, somados ao tarifaço de Trump, que fez o barril despencar, trarão problemas de fluxo de caixa nos próximos meses aos municípios da região”, escreveu.
A Petrobras informou que as causas do incêndio estão sendo apuradas e que adotou todos os protocolos de segurança necessários.