
Um dos casos que chamou a atenção em Campos nesta semana foi a série de cortes de luz em sedes administrativas da Prefeitura. Ao todo, foram 9 desligamentos. Desde então, o poder executivo subiu o tom contra a Enel, que, por sua vez, cobra que o município pague o que deve.
As nove sedes que tiveram a luz cortada foram essas: Campos Luz, Secretaria de Obras e Infraestrutura, a sede da Secretaria de Obras do município, a sede da Companhia e Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca), localizada no Terminal Rodoviário Shopping Estrada, e dois pontos do Mercado Municipal: o pátio que atende o Terminal Pesqueiro e a sala da administração, o Relógio Rodoviário Roberto Silveira; a Peixaria do Mercado Municipal; uma unidade da Secretaria do Meio Ambiente e outra da Superintendência de Agricultura e Pecuária.
A reportagem do Manchete RJ também apurou que unidades de saúde e educação só não tiveram a energia cortada pois prestam serviço essencial à população, mas existem dívidas com a distribuidora de energia.
O que diz a Prefeitura e o prefeito?
Após o caso ganhar repercussão, a Prefeitura de Campos adotou uma postura mais agressiva para responder à Enel. Entre os pontos citados, foram questionadas algumas cobranças, além de acusar a concessionária de não aceitar a proposta de quitação dos débitos. O poder público também afirmou que a empresa presta um “péssimo serviço à sociedade”.
Confira um trecho da nota:
“Parte dos débitos apresentados, inclusive, foi questionada pelo Município, por não pertencer a imóveis mantidos pelo governo municipal, acumulando cobranças indevidas, muitas delas já pagas pela Prefeitura, valores que deveriam ser ressarcidos ou descontados da dívida. Reuniões foram feitas entre as partes e a Prefeitura apresentou uma proposta de pagamento para quitação dos débitos, porém, não foi aceita pela Enel. A Prefeitura informa que a dificuldade de relação com a referida concessionária é de longa data, tendo ela prestado um péssimo serviço à sociedade e não cumprindo obrigações básicas, como aumento de carga para aparelhar escolas, creches e postos de saúde com ar-condicionado”.
Outro que subiu o tom foi o prefeito Wladimir Garotinho, mas não contra a Enel, e sim contra a imprensa. O chefe do Executivo campista usou suas redes sociais para classificar a divulgação das notícias sobre o corte de luz como um ataque eleitoral.
Dívidas
Em contato com a reportagem, a Enel afirmou que a Prefeitura de Campos deve R$ 75 milhões a empresa, sendo R$ 44,2 milhões dos de 2021 a 2024, durante a gestão de Wladimir Garotinho. Vale ressaltar que a dívida é do ente federativo Prefeitura e não do prefeito. Porém, a gestão de Wladimir não vem honrando os compromissos com a concessionária.
“Como as negociações para o pagamento das dívidas não avançaram, a distribuidora iniciou esta semana os cortes de energia de algumas unidades administrativas”, informou a Enel.
Como estão as negociações?
Como dito anteriormente na matéria, a Prefeitura de Campos fez uma proposta para a Enel buscando regularizar a situação. A distribuidora de energia não quis revelar como foi a proposta, apenas se limitou a dizer que as negociações não avançaram, com isso, começou o corte de algumas unidades. Porém, concessionária afirma que segue buscando diálogo com a Prefeitura de Campos e que está confiante na regularização da dívida.
A Enel também ressaltou que cumpriu os procedimentos previstos na Resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o que inclui o envio de aviso prévio com 15 dias de antecedência ao corte.
Nesta sexta-feira (13) não há notícias se as sedes tiveram a luz religada, o Manchete RJ buscou contato com ambas as partes envolvidas pedindo atualizações, mas não obteve resposta.